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DESIGUALDADE
Evento terá início hoje
Encontro debate política de saúde para os negros
DA REPORTAGEM LOCAL
Negros e pardos somam 25%
dos habitantes da cidade São Paulo, sofrem mais de doenças como
hipertensão e diabetes e a proporção de mortes precoces entre eles
é maior do que entre brancos.
Mesmo assim não há ainda uma
política específica de saúde para
essa população.
A cidade inicia hoje sua 1ª Conferência Municipal de Saúde da
População Negra. Do encontro,
organizado pela prefeitura e parceiros, deve sair uma agenda de
ações. Os 300 delegados, representantes de movimentos sociais
e dos governos fecharão uma proposta até sexta. "A situação de
saúde de pretos e pardos reflete a
exclusão social a que esta população está submetida. Mas esse
olhar também tem de existir no
setor de saúde", diz Edna Muniz
de Souza, secretária-executiva da
conferência. Desde os anos 90, o
movimento negro reivindica uma
política de saúde própria. Apesar
de a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) ter definido
diretrizes para o país em 2001, a
avaliação é de que pouco mudou.
São Paulo foi uma das primeiras
cidades a implantar o quesito cor
nos prontuários de saúde, na gestão Luiza Erundina (1989-92). Em
2002, a proporção de mortes precoces na cidade (antes do 50 anos
de idade) foi de 48,5% entre os negros e de 24,25% entre brancos.
Para Souza, é importante discutir a realização de campanhas de
esclarecimento e capacitação sobre a necessidade dos dados de
cor constarem nos prontuários.
Outro ponto premente é acabar
com o preconceito -negros, segundo Souza, demoram mais para ser atendidos em hospitais. "O
racismo tem consequências na
saúde mental."
Da abertura devem participar
os ministros da Saúde, Humberto
Costa, Cultura, Gilberto Gil, e a
ministra da Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva.
(FABIANE LEITE)
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