São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2010

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foco

Com pouca roupa, jovens ignoram o frio e invadem metrô por "mais liberdade"

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Jovens de calcinhas de bolinha, cuecas listradas e samba-canções de coração invadiram os vagões da linha verde do metrô de São Paulo no começo da noite de ontem.
Eles participavam do "No Pants Brasil" (ou "Sem Calças", em tradução literal), um "movimento descolado que busca a liberdade e o conforto", como definem os organizadores no site do evento.
É a segunda edição da mobilização no país, que foi divulgada por Twitter, Orkut e Facebook. No ano passado, também aconteceu no metrô.
Às 19h45, os mais de 500 jovens participantes lotaram a plataforma da estação Paraíso, no sentido Vila Madalena.
Ainda apropriadamente vestidos, entraram no trem e, ao receberem o sinal de um dos organizadores, tiraram as calças todos ao mesmo tempo.
"Achei legal a ideia. Eu odeio usar calça jeans", disse a estudante Stephanie Lima, 17. "Tava quente, então resolvi tirar", brincou o comerciante Rodrigo Oliveira da Costa, 29, que segurava em uma das mãos uma placa que dizia "puta falta de sacanagem", em referência a um novo bordão hit da internet.
Alguns usavam meias coloridas e casacos, para aguentar o frio de 16C da noite.
O grupo parou na Vila Madalena, desceu na estação e esperou o próximo trem para a Consolação. Os guardas do metrô, avisados com antecedência pela organização do evento, acompanharam de perto sem interferir.
Depois, os jovens passaram pelas catracas e desceram a rua Augusta, no sentido centro, em fila pela calçada. Trabalhadores de lojas e bares da rua pararam para observar.
"Achei lindo, maravilhoso", opinou o vendedor de discos Clodomir Pereira, 55. "Tinham que prender os machos e deixar só as meninas", afirmava o engenheiro Edson Guedes, 34.
Seis motos da PM e um carro da Força Tática acompanhavam a movimentação. Mas, segundo eles, não houve confusão.
Por volta das 20h30, o grupo se dispersou. Alguns ainda continuaram sem calças sentados pelos bares da Augusta e gritavam aos que olhavam assustados: "Tira, tira, tira".


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