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foco
Com pouca roupa, jovens ignoram o frio e invadem metrô por "mais liberdade"
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Jovens de calcinhas de bolinha, cuecas listradas e samba-canções de coração invadiram
os vagões da linha verde do
metrô de São Paulo no começo da noite de ontem.
Eles participavam do "No
Pants Brasil" (ou "Sem Calças", em tradução literal), um
"movimento descolado que
busca a liberdade e o conforto", como definem os organizadores no site do evento.
É a segunda edição da mobilização no país, que foi divulgada por Twitter, Orkut e Facebook. No ano passado, também aconteceu no metrô.
Às 19h45, os mais de 500 jovens participantes lotaram a
plataforma da estação Paraíso, no sentido Vila Madalena.
Ainda apropriadamente
vestidos, entraram no trem e,
ao receberem o sinal de um
dos organizadores, tiraram as
calças todos ao mesmo tempo.
"Achei legal a ideia. Eu
odeio usar calça jeans", disse a
estudante Stephanie Lima, 17.
"Tava quente, então resolvi tirar", brincou o comerciante
Rodrigo Oliveira da Costa, 29,
que segurava em uma das
mãos uma placa que dizia "puta falta de sacanagem", em referência a um novo bordão hit
da internet.
Alguns usavam meias coloridas e casacos, para aguentar
o frio de 16C da noite.
O grupo parou na Vila Madalena, desceu na estação e
esperou o próximo trem para
a Consolação. Os guardas do
metrô, avisados com antecedência pela organização do
evento, acompanharam de
perto sem interferir.
Depois, os jovens passaram
pelas catracas e desceram a
rua Augusta, no sentido centro, em fila pela calçada. Trabalhadores de lojas e bares da
rua pararam para observar.
"Achei lindo, maravilhoso",
opinou o vendedor de discos
Clodomir Pereira, 55. "Tinham que prender os machos
e deixar só as meninas", afirmava o engenheiro Edson
Guedes, 34.
Seis motos da PM e um carro da Força Tática acompanhavam a movimentação.
Mas, segundo eles, não houve
confusão.
Por volta das 20h30, o grupo se dispersou. Alguns ainda
continuaram sem calças sentados pelos bares da Augusta e
gritavam aos que olhavam assustados: "Tira, tira, tira".
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