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PITTAGATE
Prefeito ouviu a notícia sobre sua recondução no rádio e diz que está com a "alma lavada"; políticos governistas comemoram
Pitta chora, liga para a mãe e recebe aliados
FLÁVIA DE LEON
DA REPORTAGEM LOCAL
Celso Pitta ficou emocionado
ao ter a confirmação, pelo rádio,
de que o STJ (Superior Tribunal
de Justiça) havia cassado a liminar
que o manteve afastado da Prefeitura de São Paulo por 19 dias.
Primeiro, deu pulos de alegria.
Em seguida, sem conseguir conter as lágrimas, telefonou para a
sua mãe, Zuleica.
As informações são de assessores que estavam com o prefeito
acompanhando o julgamento do
STJ no escritório de Edvaldo Brito, que foi secretário dos Negócios
Jurídicos até o afastamento de Pitta, em Moema (zona sul).
Pitta chegou ao escritório no
início da tarde. Juntaram-se a ele
o próprio Brito, que voltava de
uma viagem a Brasília, o secretário da Comunicação, Antenor
Braido, e a secretária Marlene.
Assim que o ministro Peçanha
Martins proferiu seu voto, Pitta
foi avisado por um telefonema de
um amigo e auxiliar que estava
em Brasília e acompanhava o julgamento.
Mas, segundo Braido, o prefeito
ainda esperou alguns segundos e
só começou sua comemoração
pessoal após ouvir a notícia pelo
rádio. "Ele abraçou até os funcionários da casa", disse Braido.
O secretário contou que Pitta repetiu várias vezes a frase "a Justiça
foi feita". Aos fotógrafos e cinegrafistas, cuja entrada foi permitida no escritório, o prefeito disse
que estava com "a alma lavada".
Pitta não quis dar entrevista. Ele
mandou dizer que só falaria com
a imprensa após receber a notificação da decisão do Superior Tribunal de Justiça.
Beija-mão
A partir das 16h, o escritório de
Brito começou a receber uma romaria de secretários municipais
que integravam a equipe de Pitta e
de vereadores.
Os primeiros a chegar foram
Carlos Augusto Meinberg, que
era secretário de Governo, Getúlio Hanashiro, dos Transportes, e
Paulo Narciso, das Relações do
Trabalho.
Depois, chegaram os vereadores Viviane Ferraz (PL), Wadih
Mutran (PPB), Miguel Colasuonno (PMDB), Brasil Vita (PPB),
Edivaldo Estima (PPB) e Maria
Helena Fontes (PL).
"Eu vim aqui beijar a mão dele",
disse o vereador Estima. "Ontem
eu disse que ele (Pitta) acreditava
que iria voltar porque acredita na
nossa Justiça", afirmou Brasil Vita, para quem "não há prova nenhuma contra o prefeito".
Wadih Mutran chegou a afirmar que se sentia "pessoalmente
vitorioso". "A volta de Celso Pitta
mostra que sempre votei em um
homem honesto. A vitória também é minha", afirmou.
Maria Helena Fontes, a última a
chegar, afirmou que tinha ido dar
um abraço no prefeito.
"Eu sei o que ele passou. Eu
também fui vítima de uma injustiça. Passei 64 dias na prisão por
uma injustiça", afirmou.
Administração
Colasuonno afirmou acreditar
que o prefeito não fará mudanças
radicais em sua equipe.
Segundo Colasuonno, assim
que assumir novamente a prefeitura, Pitta precisará de no máximo dois dias para colocar a casa
em ordem.
O vereador disse que o retorno
de Pitta à Prefeitura de São Paulo
não vai mudar os rumos da comissão processante.
"A comissão está encerrando
seus trabalhos. Ela é independente e vai cumprir todos os rituais.
Agora só está faltando os advogados do prefeito encaminharem a
defesa escrita dele", afirmou.
Brasil Vita, o primeiro a sair do
escritório, disse que o prefeito estava "satisfeitíssimo". "Está tudo
resolvido. Não há prova nenhuma
contra ele", disse.
Questionado sobre os próximos
passos administrativos do prefeito, Vita disse que somente Pitta
poderá defini-los.
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