São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2000


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PITTAGATE
Prefeito ouviu a notícia sobre sua recondução no rádio e diz que está com a "alma lavada"; políticos governistas comemoram
Pitta chora, liga para a mãe e recebe aliados

FLÁVIA DE LEON
DA REPORTAGEM LOCAL

Celso Pitta ficou emocionado ao ter a confirmação, pelo rádio, de que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) havia cassado a liminar que o manteve afastado da Prefeitura de São Paulo por 19 dias.
Primeiro, deu pulos de alegria. Em seguida, sem conseguir conter as lágrimas, telefonou para a sua mãe, Zuleica.
As informações são de assessores que estavam com o prefeito acompanhando o julgamento do STJ no escritório de Edvaldo Brito, que foi secretário dos Negócios Jurídicos até o afastamento de Pitta, em Moema (zona sul).
Pitta chegou ao escritório no início da tarde. Juntaram-se a ele o próprio Brito, que voltava de uma viagem a Brasília, o secretário da Comunicação, Antenor Braido, e a secretária Marlene.
Assim que o ministro Peçanha Martins proferiu seu voto, Pitta foi avisado por um telefonema de um amigo e auxiliar que estava em Brasília e acompanhava o julgamento.
Mas, segundo Braido, o prefeito ainda esperou alguns segundos e só começou sua comemoração pessoal após ouvir a notícia pelo rádio. "Ele abraçou até os funcionários da casa", disse Braido.
O secretário contou que Pitta repetiu várias vezes a frase "a Justiça foi feita". Aos fotógrafos e cinegrafistas, cuja entrada foi permitida no escritório, o prefeito disse que estava com "a alma lavada".
Pitta não quis dar entrevista. Ele mandou dizer que só falaria com a imprensa após receber a notificação da decisão do Superior Tribunal de Justiça.

Beija-mão
A partir das 16h, o escritório de Brito começou a receber uma romaria de secretários municipais que integravam a equipe de Pitta e de vereadores.
Os primeiros a chegar foram Carlos Augusto Meinberg, que era secretário de Governo, Getúlio Hanashiro, dos Transportes, e Paulo Narciso, das Relações do Trabalho.
Depois, chegaram os vereadores Viviane Ferraz (PL), Wadih Mutran (PPB), Miguel Colasuonno (PMDB), Brasil Vita (PPB), Edivaldo Estima (PPB) e Maria Helena Fontes (PL).
"Eu vim aqui beijar a mão dele", disse o vereador Estima. "Ontem eu disse que ele (Pitta) acreditava que iria voltar porque acredita na nossa Justiça", afirmou Brasil Vita, para quem "não há prova nenhuma contra o prefeito".
Wadih Mutran chegou a afirmar que se sentia "pessoalmente vitorioso". "A volta de Celso Pitta mostra que sempre votei em um homem honesto. A vitória também é minha", afirmou.
Maria Helena Fontes, a última a chegar, afirmou que tinha ido dar um abraço no prefeito.
"Eu sei o que ele passou. Eu também fui vítima de uma injustiça. Passei 64 dias na prisão por uma injustiça", afirmou.

Administração
Colasuonno afirmou acreditar que o prefeito não fará mudanças radicais em sua equipe.
Segundo Colasuonno, assim que assumir novamente a prefeitura, Pitta precisará de no máximo dois dias para colocar a casa em ordem.
O vereador disse que o retorno de Pitta à Prefeitura de São Paulo não vai mudar os rumos da comissão processante.
"A comissão está encerrando seus trabalhos. Ela é independente e vai cumprir todos os rituais. Agora só está faltando os advogados do prefeito encaminharem a defesa escrita dele", afirmou.
Brasil Vita, o primeiro a sair do escritório, disse que o prefeito estava "satisfeitíssimo". "Está tudo resolvido. Não há prova nenhuma contra ele", disse.
Questionado sobre os próximos passos administrativos do prefeito, Vita disse que somente Pitta poderá defini-los.


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