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VIOLÊNCIA
Polícia Civil anunciou operação com o objetivo de "resgatar a credibilidade" da corporação, desgastada no caso Tim Lopes
29% dos policiais do Rio buscam traficante
DA SUCURSAL DO RIO
Sem pistas sobre o paradeiro do
traficante Elias Maluco, apontado
como responsável pela morte do
jornalista Tim Lopes, a Polícia Civil do Rio anunciou a criação da
Operação Autoridade Máxima
-uma tentativa de "resgatar a
credibilidade da polícia", nas palavras do próprio chefe da corporação, Zaqueu Teixeira.
Cerca de 3.000 policiais civis,
além de um número não divulgado de policiais militares, participam das ações. Como o efetivo da
Polícia Civil no Estado é de 10.500
homens, 29% da corporação está
envolvida na iniciativa.
Planejada como resposta à ousadia do tráfico, a operação, em
vigor desde ontem, deve mandar
para as ruas, todas as noites, policiais civis e militares de várias unidades para combater o crime. Um
dos principais alvos da operação é
Elias Maluco, 36.
Tim Lopes desapareceu na noite
de 2 de maio, quando fazia uma
reportagem na Vila Cruzeiro, favela do complexo do Alemão (zona norte). Segundo relato de traficantes presos, o jornalista foi torturado e morto por ordem de
Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal líder do CV (Comando Vermelho) em liberdade e
chefe do tráfico na região.
Áreas conflagradas
"As pessoas estão com medo da
noite. A gente fala que a polícia está trabalhando, mas a população
não acredita. Essa operação é para
mostrar que a polícia está combatendo a violência", afirmou Zaqueu Teixeira.
Mais uma vez, o chefe de polícia
disse que não há no Rio um Estado paralelo controlado pela criminalidade. "Se isso existisse, a
gente não estaria andando nas
ruas, indo ao banco, fazendo
compras. O que existem são áreas
conflagradas", afirmou.
Outro objetivo da operação será
tentar cumprir mandados de prisão acumulados ao longo dos
anos. Teixeira disse que são 30 mil
mandados a cumprir no Estado.
O secretário estadual de Justiça,
Paulo Saboya, disse que o número
pode chegar a 42 mil. "Se conseguíssemos prender todos esses
[procurados", teríamos de distribuir senhas, por não ter onde colocar esses presos", afirmou.
O chefe de gabinete da Polícia
Civil, Pedro Paulo Pinho, disse
que a operação surgiu a partir da
orientação da governadora Benedita da Silva (PT) de "botar a polícia na rua" e de fazer "um choque
de presença".
Na avaliação de Pinho, a Operação Autoridade Máxima servirá
para que a Polícia Civil reassuma seu papel de investigação na rua.
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