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Pinacoteca pediu, em 2006, verba para melhorar segurança
Os R$ 490 mil solicitados ao BNDES serão liberados a partir do próximo mês; verba é metade do valor das obras roubadas
Estação Pinacoteca reabriu ontem ao público; direção do museu informou que houve mudanças nos esquemas de segurança
ARTUR RODRIGUES
DO "AGORA"
LUÍS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Pinacoteca do Estado, que
administra o museu Estação
Pinacoteca, onde foram roubadas quatro obras anteontem à
luz do dia, já havia detectado
problemas de segurança desde
setembro de 2006. Na época,
por meio da Associação de
Amigos da Pinacoteca do Estado, foi encaminhado ao BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
um projeto para melhorias no
esquema de proteção ao acervo
dos edifícios, localizados na região central de São Paulo.
A verba de R$ 490 mil, destinada à "ampliação e modernização dos sistemas de segurança nos edifícios da Pinacoteca
do Estado", começará ser liberada a partir do mês que vem. O
valor corresponde a metade do
prejuízo com os roubos das
obras "Mulheres na Janela"
(1926), de Di Cavalcanti, "Casal" (1919), de Lasar Segall, "O
Pintor e seu Modelo" (1963) e
"Minotauro, Bebedor e Mulheres" (1933), ambas de Pablo Picasso. As obras foram emprestadas ao museu pela Fundação
José e Paulina Nemirovsky.
O BNDES informou que o
tempo transcorrido desde o envio do projeto até a liberação do
dinheiro é padrão, já que 213
propostas foram analisadas.
Apenas 28 foram escolhidas.
Da verba de R$ 6 milhões destinada pelo BNDES a museus do
país, a fatia destinada à Pinacoteca é a maior. O museu estadual foi o único na cidade de
São Paulo a fazer o pedido para
melhoria de segurança em
2006.
Segundo o diretor da Pinacoteca, Marcelo Araújo, a verba
que o museu possui hoje para a
segurança é adequada. "O museu tem os recursos que até hoje foram considerados adequados para as questões de segurança", disse ele.
Seguranças
Ontem a Estação Pinacoteca
reabriu ao público às 10h com
alterações no sistema de segurança, segundo Araújo.
"Posso garantir que procedimentos foram revistos, discutidos e aprimorados. O museu
está mais preparado para lidar
com a questão", disse.
Contudo, a única mudança
visível era o fechamento da
porta da cafeteria, que dá acesso ao estacionamento -por onde os três criminosos conseguiram escapar levando as quatro
obras de arte na quinta-feira.
Araújo não deu detalhes sobre o novo esquema de segurança e afirmou que não foram
contratados mais monitores ou
seguranças para trabalhar no
local. Atualmente, a segurança
do edifício é feita por seis vigilantes e 25 monitores.
Segundo ele, o roubo das
obras fez a Estação Pinacoteca
estudar a futura contratação de
seguranças armados para vigiar
as entradas do edifício.
As novas medidas de segurança não devem afetar o atendimento dos visitantes. "Não
acreditamos que o museu deva
ser visto como um espaço de
exclusão, com barreiras de
acesso", disse Araújo.
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