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RODOVIAS
Nas vias concedidas, esse tipo de veículo já é a segunda maior preocupação das empresas, atrás dos atropelamentos
Acidente com moto cresce mais que a média
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de motos envolvidas
em acidentes nas estradas concedidas do Estado de São Paulo tem
crescido acima da média dos demais veículos.
A maior elevação no ano passado, entre as três principais malhas
sob controle da iniciativa privada
em São Paulo, se deu no sistema
Anhanguera-Bandeirantes. O sistema Raposo Tavares-Castello
Branco-José Ermírio de Moraes (a
Castelinho), porém, ainda concentra a maior participação de
motos na totalidade de veículos
acidentados.
Estatísticas agrupadas pela Artesp (agência estadual que regula
as concessões) apontam que, no
ano passado, a quantidade de motos envolvidas em acidentes aumentou 71% no sistema Anhanguera-Bandeirantes (sob gerência
da AutoBAn), 9,7% no sistema
Raposo/Castello/ Castelinho
(Viaoeste) e 1,9% no sistema Anchieta-Imigrantes (Ecovias).
A evolução total de veículos acidentados nas estradas sob controle dessas três concessionárias foi
de 11%, 8% e -2% (ou seja, queda),
respectivamente.
Nos primeiros cinco meses de
2003, a tendência de crescimento
do número de motos acidentadas
prossegue, mas em proporções
diferentes entre as estradas da rede paulista: na malha da Ecovias,
a alta é de 21%; na da AutoBAn,
10%; na da Viaoeste, houve crescimento de 2%.
Acima da média
A proporção de motos no total
de veículos envolvidos em acidentes é maior no sistema Raposo/
Castello/Castelinho: 8,5%. No sistema Anhanguera-Bandeirantes,
as motos representam 5,7% dos
veículos acidentados; no sistema
Anchieta-Imigrantes, 5%. Esses
números superam a média de
2,6% de participação das motos
no tráfego.
De acordo com Ricardo Carvalho Martins, diretor de operações
da Artesp, a segurança dos motociclistas é hoje a segunda prioridade no programa de redução de
acidentes nas rodovias concedidas do Estado.
"Era algo com que ninguém se
preocupava muito até 2000, mas
que virou prioridade, perdendo
apenas para os atropelamentos",
afirma ele.
Fatalidade
A fatalidade dos acidentes com
as motos é uma das maiores preocupações. Uma pesquisa divulgada neste ano pelo Ipea (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada)
apontou a gravidade das colisões
envolvendo esses veículos nos trechos urbanos: de cada 100 acidentes com motos, há vítimas em 71.
Para automóveis, essa proporção
é de 7 para 100.
O presidente da Umab (União
dos Motociclistas e Afins do Brasil), Aldemir Martins, reconhece
os riscos para o motociclista.
"Quem costuma usar a moto é
quem realmente precisa. Quem
utiliza esse meio de transporte o
faz porque ele é mais barato.
Quem tem dinheiro dificilmente
se arrisca, sabe do perigo que corre", afirma Aldemir Martins.
Para ele, porém, a situação dos
motociclistas é pior nas áreas urbanas do que nas rodovias.
"Na estrada, há problema quando a via não está bem conservada.
Qualquer desvio na pista já pode
provocar um acidente grave, porque a velocidade é muito alta",
afirma Aldemir Martins.
Ele diz que há mais perigo dentro da própria capital paulista
porque as motos acabam circulando entre os carros e podem ser
atingidas com maior facilidade do
que nas estradas.
(ALENCAR IZIDORO)
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