|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CÉLIA DA SILVA COSTA (1924-2009)
Os nomes de uma costureira e decoradora
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na família de Célia da Silva
Costa, havia nomes pouco
comuns. Entre os irmãos, tinha a Ninfa e o Allan Kardec.
Sua mãe era a Bertolina e o
pai ficou conhecido como
João Bombardão, por tocar o
instrumento. A própria Célia
ganhara o nome de Nonice.
Odiava. Loirinha de cabelo
quase branco, chamavam-na
de Nonavó na escola. Chateada com as piadas, decidiu
mudar de nome e começou a
educar a família para isso.
Se a gritavam "Noniiiiiice",
respondia que não ia -só se a
chamassem de Célia. Conseguiu ter o nome que quis,
pois só foi registrada aos 13,
quando saiu de Monte Santo
de Minas e veio a SP, onde estudou corte e costura.
Sua relação com nomes
não acabou aí. Quando ganhou a primeira neta, não
queria ser chamada por ela
de avó. Era vaidosa. Inventou, então, o apelido de Teia
(diz-se Téia). Só que vieram
mais netos, e ela não escapou
de ser a vovó Teia.
Trabalhou numa fábrica
de sutiãs e, depois, em casa.
Fez vestidos de formatura e
casamento, ternos e suas
próprias roupas. Também se
dedicou à decoração e à pintura, após fazer cursos.
Animada, lembra a filha
Vera, adorava dançar e viajar
e tinha o costume de fazer
um diário detalhando cada
país que conhecia. Aos 78,
tornou-se evangélica, após
ter sido espírita, católica e
seguido até o seicho-no-ie.
Morreu sexta-feira (3), aos
84 anos, de insuficiência respiratória. Deixa dois filhos e
quatro netos.
obituario@grupofolha.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Nova lei cria regra para ocupação na Billings Índice
|