São Paulo, terça-feira, 14 de julho de 2009

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CÉLIA DA SILVA COSTA (1924-2009)

Os nomes de uma costureira e decoradora

ESTÊVÃO BERTONI

DA REPORTAGEM LOCAL

Na família de Célia da Silva Costa, havia nomes pouco comuns. Entre os irmãos, tinha a Ninfa e o Allan Kardec. Sua mãe era a Bertolina e o pai ficou conhecido como João Bombardão, por tocar o instrumento. A própria Célia ganhara o nome de Nonice. Odiava. Loirinha de cabelo quase branco, chamavam-na de Nonavó na escola. Chateada com as piadas, decidiu mudar de nome e começou a educar a família para isso. Se a gritavam "Noniiiiiice", respondia que não ia -só se a chamassem de Célia. Conseguiu ter o nome que quis, pois só foi registrada aos 13, quando saiu de Monte Santo de Minas e veio a SP, onde estudou corte e costura. Sua relação com nomes não acabou aí. Quando ganhou a primeira neta, não queria ser chamada por ela de avó. Era vaidosa. Inventou, então, o apelido de Teia (diz-se Téia). Só que vieram mais netos, e ela não escapou de ser a vovó Teia. Trabalhou numa fábrica de sutiãs e, depois, em casa. Fez vestidos de formatura e casamento, ternos e suas próprias roupas. Também se dedicou à decoração e à pintura, após fazer cursos. Animada, lembra a filha Vera, adorava dançar e viajar e tinha o costume de fazer um diário detalhando cada país que conhecia. Aos 78, tornou-se evangélica, após ter sido espírita, católica e seguido até o seicho-no-ie. Morreu sexta-feira (3), aos 84 anos, de insuficiência respiratória. Deixa dois filhos e quatro netos.

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