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Delegado é investigado em três inquéritos em MG
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
DE BELO HORIZONTE
Autor de frases e acusações polêmicas na investigação do caso Eliza, o delegado
Edson Moreira da Silva, 51,
chefe da Divisão de Homicídios, reclama na Justiça de
ser vítima do que classifica
como "denuncismo irresponsável".
Com base em denúncias
anônimas e a pedido do Ministério Público, a Corregedoria da Polícia Civil abriu ao
menos três inquéritos contra
ele sob acusação de corrupção, desvio de verbas de diárias e até facilitação de fuga
de presos.
O delegado conseguiu
trancar as investigações em
2008 e 2009 ao recorrer ao
Tribunal de Justiça de MG.
Para ele, as acusações são
fruto de inveja dentro da polícia e de ressentimento de
policiais afastados por ele.
"Tudo que for para denegrir minha imagem, eu brigo
até o fim", disse à Folha.
A preocupação com a imagem dos acusados, porém,
não tem sido o forte de Moreira na investigação do sumiço
de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno.
Ele tem externado a convicção de que o goleiro é culpado, mas se defende dizendo que só conta o que as testemunhas lhe falam.
Professor de direito penal
e delegado desde 1990, passou por diversos cargos: chefiou da polícia de trânsito ao
departamento de operações
especiais e antissequestro.
Apesar do currículo, a Folha apurou que, dentro do
governo de Minas, o comportamento de Moreira é avaliado como de "absoluta irresponsabilidade".
Por isso, a intenção é que
a Polícia Civil passe a ter um
porta-voz único no futuro.
No entanto, não se cogita
tirar Moreira do caso agora,
para não atrapalhar o inquérito. Conta o fato de o delegado ser muito experiente.
Além disso, uma fonte da
cúpula do governo disse que
Moreira vive "o ocaso de
uma estrela", já que ele tem
aposentadoria prevista para
meados de 2011. O delegado
diz que ainda não decidiu se
vai deixar a polícia.
Moreira chegou a dar duas
entrevistas coletivas por dia
sobre o caso Eliza, fora conversas rápidas com os repórteres e participações ao vivo
em telejornais e programas
policiais vespertinos.
Nos últimos dias, no entanto, o delegado deu sinais
de mudança de comportamento. Desde sexta-feira,
não fez mais coletivas.
(HUDSON CORRÊA e RODRIGO VIZEU)
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