São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2010

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Delegado é investigado em três inquéritos em MG

ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
DE BELO HORIZONTE

Autor de frases e acusações polêmicas na investigação do caso Eliza, o delegado Edson Moreira da Silva, 51, chefe da Divisão de Homicídios, reclama na Justiça de ser vítima do que classifica como "denuncismo irresponsável".
Com base em denúncias anônimas e a pedido do Ministério Público, a Corregedoria da Polícia Civil abriu ao menos três inquéritos contra ele sob acusação de corrupção, desvio de verbas de diárias e até facilitação de fuga de presos.
O delegado conseguiu trancar as investigações em 2008 e 2009 ao recorrer ao Tribunal de Justiça de MG. Para ele, as acusações são fruto de inveja dentro da polícia e de ressentimento de policiais afastados por ele.
"Tudo que for para denegrir minha imagem, eu brigo até o fim", disse à Folha.
A preocupação com a imagem dos acusados, porém, não tem sido o forte de Moreira na investigação do sumiço de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno.
Ele tem externado a convicção de que o goleiro é culpado, mas se defende dizendo que só conta o que as testemunhas lhe falam.
Professor de direito penal e delegado desde 1990, passou por diversos cargos: chefiou da polícia de trânsito ao departamento de operações especiais e antissequestro.
Apesar do currículo, a Folha apurou que, dentro do governo de Minas, o comportamento de Moreira é avaliado como de "absoluta irresponsabilidade".
Por isso, a intenção é que a Polícia Civil passe a ter um porta-voz único no futuro.
No entanto, não se cogita tirar Moreira do caso agora, para não atrapalhar o inquérito. Conta o fato de o delegado ser muito experiente.
Além disso, uma fonte da cúpula do governo disse que Moreira vive "o ocaso de uma estrela", já que ele tem aposentadoria prevista para meados de 2011. O delegado diz que ainda não decidiu se vai deixar a polícia.
Moreira chegou a dar duas entrevistas coletivas por dia sobre o caso Eliza, fora conversas rápidas com os repórteres e participações ao vivo em telejornais e programas policiais vespertinos.
Nos últimos dias, no entanto, o delegado deu sinais de mudança de comportamento. Desde sexta-feira, não fez mais coletivas. (HUDSON CORRÊA e RODRIGO VIZEU)


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