São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Queda de bimotor mata 16 em Recife

Avião tentava fazer pouso de emergência na praia de Boa Viagem; piloto relatou problemas à torre de controle

Aeronave, que ficou em manutenção de sábado a segunda, explodiu ao bater no solo, 3 minutos após decolar de Recife

Arnaldo Carvalho/JC Imagem/Folhapress
Destroços do bimotor da Noar Linhas Aéreas que caiu na manhã de ontem em um terreno à beira-mar de Recife, na divisa com Jaboatão dos Guararapes; acidente deixou 16 mortos

FÁBIO GUIBU
DE RECIFE

Um avião bimotor LET-410 da Noar Linhas Aéreas caiu na manhã de ontem em Recife, três minutos após decolar. As 16 pessoas que estavam a bordo (dois tripulantes e 14 passageiros) morreram.
O aparelho, produzido pela LET Aircraft, na República Tcheca, decolou às 6h51 de Recife, com destino a Mossoró (RN) e uma escala em Natal (RN). Às 6h54, caiu em um terreno à beira-mar, na divisa com Jaboatão dos Guararapes.
Com o impacto, a aeronave pegou fogo e depois explodiu. Segundo testemunhas, o piloto Rivaldo Cardoso ainda evitou um choque com um galpão em obras e uma casa, mudando a rota do avião.
A aeronave voava baixo, e o piloto chegou a avisar à torre de controle que havia problemas -sobre os quais ainda não há mais detalhes- e que tentaria pousar na praia de Boa Viagem. A queda foi a cem metros do mar.
Os destroços ficaram em um raio de 20 metros. Apenas uma parte da cauda e outra da asa esquerda podiam ser identificadas.
Os corpos foram recolhidos pelo IML no final da manhã. No local, os peritos também coletaram amostras de DNA dos parentes.
Além do piloto e do copiloto, viajavam no avião 14 passageiros, entre eles a delegada da Receita Federal em Mossoró, Carla Moreira, e o diretor da construtora pernambucana Moura Dubeux, Marcos Ely de Araújo Soares.

MANUTENÇÃO
As causas do acidente estão sendo investigadas. O avião tinha apenas um ano de uso. Foi comprado pela empresa em 2010, quando ela começou a operar, com duas aeronaves iguais.
O tempo no momento do acidente era bom.
A diretoria da Noar informou que o aparelho passou por manutenção sábado, domingo e segunda-feira.
Apesar de ser considerada "manutenção programada", a aeronave ficou parada na segunda e na terça pela manhã -três voos foram cancelados. Em geral, a operação não é afetada quando há manutenção programada.
A companhia afirmou que, entre domingo e terça, o avião voou 19 horas, sendo uma hora em teste e as demais em voos com passageiros -o último antes do acidente foi na noite de terça.
A empresa negou que a aeronave apresentasse problemas de perda de potência, como afirmou o empresário Jairo Gonçalves, 51, irmão do copiloto Roberto Gonçalves, 55, morto no acidente.
Segundo o empresário, seu irmão percebia essa falha ao decolar com os LET-410.
Pai de seis filhos, o copiloto não estava escalado para o voo. "Ele recebeu um telefonema de um amigo que pediu para trocar a escala e aceitou", disse o empresário.
A direção da empresa disse que nenhum tripulante relatou problemas com a potência das aeronaves. A Noar informou que retomará seus voos hoje, com o único avião que lhe restou. A empresa realizava de oito a dez voos por dia, operando em Recife, Maceió, Natal e Mossoró.


Texto Anterior: Porsche: Promotor pede que fiança de motorista seja de R$ 600 mil
Próximo Texto: Empresa aérea nega problemas em aeronave
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.