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Pagura planeja mudanças na Saúde
MALU GASPAR
da Reportagem Local
A Prefeitura de São Paulo inaugurou ontem, na zona sul da cidade, um Centro de Referência de
Tratamento à Saúde da Mulher.
O secretário municipal da Saúde
de São Paulo, Jorge Roberto Pagura, planejou, para este mês, três
antes das eleições, mudanças em
sua pasta, cuja atuação é a principal razão para a desaprovação à
gestão Pitta, segundo o Datafolha.
O principal objetivo, segundo
Pagura, é trazer de volta à secretaria os cerca de 14 mil servidores,
entre eles 1.233 médicos, que hoje
trabalham em outros órgãos da
prefeitura. Eles não aderiram ao
PAS (Plano de Atendimento à
Saúde) quando o plano foi implantado. Muitos deles têm salários pagos pela própria secretaria.
Para o Sindicato dos Médicos de
São Paulo, o número de servidores
desligados da Secretaria da Saúde
deve ser bem maior. Um levantamento feito em 1996 pela Faculdade de Saúde Pública constatou
que, naquele ano, haviam se desligado 17.705 servidores. Nos primeiros seis meses de 98, 650 se
desligaram e 114 aderiram ao PAS.
"Tem mais gente se desligando
do que aderindo ao PAS, e poucas
demissões e aposentadorias", diz
o presidente do sindicato, José
Erivalder Guimarães de Oliveira.
Um dos programas prevê a redução do número de ARs (Administrações Regionais de Saúde) e a
sua transformação em ambulatórios de especialidades, como reabilitação, fonoaudiologia etc.
Outro projeto deve fazer com
que os profissionais de saúde que
estão na Secretaria da Educação
trabalhem nas escolas municipais,
orientando e fazendo prevenção à
saúde. Além disso, devem ser
montados postos de atendimento
em três conjuntos habitacionais
do projeto Cingapura.
No entanto, a secretaria ainda
não sabe quantos servidores "em
disponibilidade" deverão ser
aproveitados pelos projetos anunciados por Pagura.
Para o presidente do sindicato
dos médicos, as medidas anunciadas por Pagura são "eleitoreiras". "É nítido que ele quer ajudar o prefeito a recuperar pontos
nas pesquisas, já que a saúde é o
principal motivo de reprovação à
sua gestão. Precisaria conhecer
melhor esses projetos, mas parecem promessas repetidas."
O secretário, que assumiu a secretaria há três meses, nega que
esteja preocupado com aumento
de popularidade.
Segundo os dados da última pesquisa Datafolha, 54% da população considera a administração de
Celso Pitta ruim ou péssima.
A atuação na área da saúde é a
principal falha da gestão para 27%
dos insatisfeitos. Entre as razões
do descontentamento, destaca-se
o mau funcionamento do PAS,
uma das vitrines de Pitta.
Em entrevista à Folha, Pagura
reconheceu, em vários momentos, que alguns dos projetos planejados para o próximo mês são
respostas às críticas da população.
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