|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
"Morte súbita" tem nova diretriz
Aparelho e orientação "ressuscitam" vítimas
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Instalação em locais públicos de
aparelhos capazes de "ressuscitar" vítimas de parada cardíaca e
o treinamento da população para
agir em casos de emergências do
coração. Essas são duas das diretrizes a ser anunciadas amanhã,
em Washington, pelas principais
sociedades do coração, lideradas
pela American Heart Association.
São as novas Diretrizes Internacionais de Emergência e Ressuscitação.
O grupo, que definiu as normas
para a "terapêutica elétrica e desfibrilação", e que envolveu 20 especialistas de todo o mundo, foi
coordenado pelo brasileiro Sérgio
Timerman, do Instituto do Coração. Desde o ano passado, o Incor
vem treinando profissionais dentro dos padrões americanos.
Em outra frente, o Congresso
Nacional deve votar, em regime
de urgência, um projeto de lei que
obriga a instalação dos aparelhos
e o treinamento das pessoas.
O projeto, que segue as diretrizes defendidas pelo Comitê Nacional de Ressuscitação, determina que todos os espaços por onde
circulem mais de mil pessoas por
dia devem ter um desfibrilador
automático e profissionais treinados para usá-lo. Incluem-se aqui
condomínios, shoppings, aeroportos, escolas e empresas.
Aviões também deverão portar o
aparelho. Um desfibrilador custa
cerca de US$ 3.000.
Quando utilizado nos primeiros
minutos depois de um infarto
agudo, o aparelho pode salvar a
vida da vítima em 85% dos casos.
Segundo Timerman, a maioria
das paradas cardíacas são antecedidas por uma fibrilação ventricular, ou seja, o coração passa a
bater desordenadamente, perdendo sua função de bomba. Nesses casos, o choque provocado
pelo desfibrilador é a única maneira de fazer o coração retomar
seu ritmo normal.
Os EUA vêm há anos liderando
campanhas para diminuição da
morte súbita. Cerca de 930 mil
norte-americanos morrem por
ano em consequência de doenças
do coração, 350 mil deles vítimas
de morte por parada cardiorrespiratória.
A questão é tão séria que o presidente Bill Clinton dedicou seu
programa de rádio do último dia
20 de maio ao tema, pregando a
instalação dos desfibriladores e o
treinamento da população.
No Brasil, estima-se que 170 mil
pessoas sejam vítimas de morte
súbita por ano.
Entre as novas diretrizes, está
também o treinamento para o
atendimento de emergências nas
escolas públicas e privadas. Estima-se que 86% das paradas ocorram dentro das residências, 63%
delas presenciadas por crianças
ou adolescentes.
Outra recomendação a ser
anunciada é a importância da
massagem cardíaca, mesmo sem
a aplicação da respiração boca-a-boca. Timerman explica que a importância que se dava a esse tipo
de respiração levava muitas pessoas a não socorrer a vítima.
Texto Anterior: Polícia: Presos rendem agente e um consegue escapar Próximo Texto: Consumo: Telefônica cancela modificação de linhas Índice
|