|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fundador do PCC é assassinado na prisão
César Augusto Roriz da Silva, o Cesinha, estava jurado de morte pelo grupo e tinha criado uma outra facção, o TCC
Após a morte, diretores de
presídios do oeste paulista
iniciaram uma "triagem"
para evitar conflito entre
as facções PCC e o TCC
ANDRÉ CARAMANTE
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
CRISTIANO MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA
O presidiário César Augusto
Roriz da Silva, 39, o Cesinha,
um dos fundadores do PCC e
inimigo de Marco Herbas Camacho, o Marcola, foi morto na
manhã de ontem.
Cesinha cumpria pena de 144
anos, seis meses e seis dias por
sete roubos e sete homicídios.
Soropositivo, ele estava na penitenciária de Avaré (262 km
de São Paulo) e foi assassinado
às 10h30 por estocadas de uma
lança feita de madeira.
O autor do crime, segundo a
SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), foi Paulo
Henrique Bispo da Silva. Ele
confessou o assassinato, mas a
polícia crê que ele seja um "lagarto" (preso obrigado a assumir a morte de alguém).
Cesinha fundou o PCC em
1993, ao lado de sete criminosos, no anexo da Casa de Custódia de Taubaté. O objetivo era
"combater a opressão dentro
do sistema carcerário". No fim
de 2002, no entanto, a liderança dele e de José Márcio Felício, o Geleião, foi considerada
"radical" por Marcola, que já vinha ganhando poder dentro da
facção. Cesinha e Geleião foram destituídos e Marcola, segundo a polícia e a Promotoria,
virou o líder do PCC.
Acusados de terem feito delações à polícia, Cesinha e Geleião foram jurados de morte
pelo PCC. Os dois, imediatamente, fundaram o TCC (Terceiro Comando da Capital).
Cesinha cumpria pena na penitenciária 1 de Sorocaba e foi
transferido para a prisão de
Avaré em 7 de julho. Avaré é dominada pelo PCC.
No começo deste ano, presos
de Sorocaba foram mortos por
causa de uma guerra entre o
PCC e o TCC. Homens do PCC
tentaram matar Cesinha.
O secretário da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, foi procurado ontem para explicar porque Cesinha, mesmo considerado inimigo do PCC, foi transferido
para unidade onde há domínio
da facção. Ele não respondeu.
Novas medidas
Após o assassinato de Cesinha, diretores de presídios do
oeste paulista foram orientados pela SAP a iniciar "triagens" em unidades.
O objetivo é separar ou limitar ao máximo o contato de integrantes das facções. A SAP
prevê uma reação do TCC para
vingar a morte de seu líder.
"O crime organizado perdeu
um dos homens mais temidos
dentro do sistema. Ele, diferentemente do Marcola, além de
mandar fazer, matava", disse
um diretor de presídio que não
quis se identificar.
Texto Anterior: "Aguardamos a liberação do repórter" Próximo Texto: Investigador é ferido em ataque no interior de SP Índice
|