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Bancos devem afastar grávidas, diz Febraban
Por causa da nova gripe, federação recomenda às 122 instituições associadas que elas só voltem ao trabalho após autorização médica
Medida visa evitar que gestantes, mais vulneráveis ao vírus, sejam contaminadas; no Estado de São Paulo, 20 dos 111 mortos eram grávidas
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) recomendou
ontem que mulheres grávidas
sejam afastadas do trabalho e
só retornem caso seus médicos
particulares autorizem.
A medida é preventiva, afirma a entidade, e busca evitar
que as gestantes -mais vulneráveis ao vírus H1N1- sejam
contaminadas pela gripe suína.
Até ontem, o país registrava
277 mortos pela nova gripe
-111 só no Estado de São Paulo,
que, até anteontem, havia confirmado que 20 eram gestantes.
A recomendação da Febraban vale para as grávidas de todos os setores e deve ser seguida pelos 122 bancos associados
-só os dez maiores bancos do
Brasil têm 192.700 mulheres
trabalhadoras (a associação
não soube informar qual é o número de grávidas).
O afastamento deve ser imediato. A gestante terá dez dias
para apresentar um atestado
médico confirmando que ela
deve permanecer em casa ou
que a autorize a trabalhar.
"A primeira coisa que elas
têm que fazer é procurar o médico do pré-natal. Se ele achar
que ela corre algum risco ao vir
para o trabalho, ele pede para
que ela continue afastada", diz
o superintendente de relações
do trabalho da Febraban, Magnus Apostólico.
Nesta semana, a Secretaria
Estadual de Saúde da São Paulo
recomendou que escolas e hospitais retirem as gestantes de
atividades em que elas tenham
muito contato com possíveis
pessoas infectadas.
Orientou ainda que outras
empresas adotem medidas para diminuir a exposição das
gestantes a pessoas com gripe.
A Febraban defende o afastamento completo da gestante.
"Não adianta remanejá-la para
um setor administrativo se ela
vai continuar usando transporte coletivo, indo a restaurantes
para almoçar", diz Apostólico.
Menos imunidade
Os infectologistas não sabem
explicar exatamente por que as
gestantes são mais susceptíveis
ao vírus da nova gripe. Na gravidez, a mulher fica com a imunidade mais baixa para proteger o
bebê, que pode ser confundido
com um corpo estranho.
Além disso, a gripe suína é
mais agressiva aos pulmões do
que a gripe comum. E, por causa do crescimento do bebê, o
diafragma é empurrado para cima, o que reduz o espaço para
que o órgão se expanda na respiração e deixa a mulher com
mais falta de ar, explica o obstetra José Lopes Ramos, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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