São Paulo, sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bancos devem afastar grávidas, diz Febraban

Por causa da nova gripe, federação recomenda às 122 instituições associadas que elas só voltem ao trabalho após autorização médica

Medida visa evitar que gestantes, mais vulneráveis ao vírus, sejam contaminadas; no Estado de São Paulo, 20 dos 111 mortos eram grávidas

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) recomendou ontem que mulheres grávidas sejam afastadas do trabalho e só retornem caso seus médicos particulares autorizem.
A medida é preventiva, afirma a entidade, e busca evitar que as gestantes -mais vulneráveis ao vírus H1N1- sejam contaminadas pela gripe suína.
Até ontem, o país registrava 277 mortos pela nova gripe -111 só no Estado de São Paulo, que, até anteontem, havia confirmado que 20 eram gestantes.
A recomendação da Febraban vale para as grávidas de todos os setores e deve ser seguida pelos 122 bancos associados -só os dez maiores bancos do Brasil têm 192.700 mulheres trabalhadoras (a associação não soube informar qual é o número de grávidas).
O afastamento deve ser imediato. A gestante terá dez dias para apresentar um atestado médico confirmando que ela deve permanecer em casa ou que a autorize a trabalhar.
"A primeira coisa que elas têm que fazer é procurar o médico do pré-natal. Se ele achar que ela corre algum risco ao vir para o trabalho, ele pede para que ela continue afastada", diz o superintendente de relações do trabalho da Febraban, Magnus Apostólico.
Nesta semana, a Secretaria Estadual de Saúde da São Paulo recomendou que escolas e hospitais retirem as gestantes de atividades em que elas tenham muito contato com possíveis pessoas infectadas.
Orientou ainda que outras empresas adotem medidas para diminuir a exposição das gestantes a pessoas com gripe.
A Febraban defende o afastamento completo da gestante. "Não adianta remanejá-la para um setor administrativo se ela vai continuar usando transporte coletivo, indo a restaurantes para almoçar", diz Apostólico.

Menos imunidade
Os infectologistas não sabem explicar exatamente por que as gestantes são mais susceptíveis ao vírus da nova gripe. Na gravidez, a mulher fica com a imunidade mais baixa para proteger o bebê, que pode ser confundido com um corpo estranho.
Além disso, a gripe suína é mais agressiva aos pulmões do que a gripe comum. E, por causa do crescimento do bebê, o diafragma é empurrado para cima, o que reduz o espaço para que o órgão se expanda na respiração e deixa a mulher com mais falta de ar, explica o obstetra José Lopes Ramos, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


Texto Anterior: Médico é preso pela 3ª vez acusado de aborto
Próximo Texto: Bebê indígena morre de gripe em São Vicente
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.