São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011

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Revitalização de patrimônio fica para 2022 na Nova Luz

Obrigação de restauro e setores de entretenimento e cultura ficaram para a quarta fase do projeto no centro

Projeto encomendado pela prefeitura prevê novos calçamentos, iluminação, praças e 7,5 km de ciclovias

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Um local onde as pessoas estarão cercadas por elementos históricos e culturais.
Essa é a definição do futuro bairro da Nova Luz, a ser erguido na área que hoje a cidade de São Paulo conhece como cracolândia.
A recuperação do patrimônio histórico e o setor de cultura e entretenimento do local, no entanto, ficarão para o fim do projeto.
A revitalização da cracolândia será feita em cinco fases. Cada uma dessas fases terá a duração de dois anos e meio, começando a partir do ano de 2014.
O setor cultural e de entretenimento, com teatros, cinemas e cafés, ficou para a quarta fase, dez anos após a assinatura do contrato com a concessionária responsável pelo projeto. Ou seja, o trecho só será construído entre os anos de 2022 e 2025.
Também ficou para 2022 a obrigação de restauração do patrimônio histórico do bairro, que técnicos no projeto chamam de "enciclopédia arquitetônica", com dezenas de edifícios em estilos art déco, modernista e eclético espalhados pela região.

PROJETO
O projeto urbanístico da Nova Luz, encomendado pela Prefeitura de São Paulo, foi apresentado na última quinta-feira. Ele prevê que as ruas da região ganharão novo calçamento e nova iluminação.
Segundo o projeto, serão construídas duas novas praças, dois calçadões e 7,5 quilômetros de ciclovias.
Está prevista a desapropriação de 55% da área total da cracolândia, o que equivale a 23% da área construída nos 45 quarteirões do bairro da região central.
Os imóveis tombados pelo patrimônio histórico não estão entre os que vão passar por processo de desapropriação. Os proprietários, no entanto, terão dez anos para restaurar os imóveis.
Caso não o façam nesse prazo, a concessionária será obrigada a comprar ou desapropriar os imóveis e cuidar ela mesma da restauração.

COMÉRCIO
O secretário de Desenvolvimento Urbano da prefeitura, Miguel Bucalem, disse que a construção do setor de cultura e entretenimento ficou para a quarta fase do projeto para não prejudicar o comércio da área.
De acordo com ele, o projeto pensou em uma maneira de fazer as obras sem prejudicar as atividades comerciais da área. Para isso, será necessário primeiro criar uma alternativa para a alocação dos comerciantes daquela quadra que terão de ser removidos para a criação do setor cultural.
A área cultural será construída na quadra vizinha à estação da Luz, próximo do Museu da Língua Portuguesa e da Pinacoteca do Estado.
O projeto foi elaborado pelo escritório norte-americano de arquitetura Aecom, responsável também pela revitalização da área portuária de São Francisco, nos Estados Unidos, e pelo plano diretor de Londres para a Olimpíada de 2012.
A prefeitura calcula que poderá abrir a licitação para a escolha da empresa responsável pelas obras entre novembro e dezembro deste ano, após o licenciamento ambiental do projeto.


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