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Faria Lima divulga nota contra acusação
da Reportagem Local
O vereador Paulo Roberto Faria
Lima (PMDB) divulgou ontem
uma nota negando as acusações
feitas contra ele por fiscais da Regional de Pinheiros.
Faria Lima é acusado de comandar uma rede de cobrança de propina que arrecadava R$ 120 mil
mensais na Regional de Pinheiros. O dinheiro, segundo a denúncia, foi utilizado na campanha
de seu pai, José Roberto Faria Lima, candidato derrotado a deputado estadual no ano passado.
Faria Lima não dá entrevistas
sobre o tema. Leia a íntegra da nota divulgada ontem pela assessoria de imprensa do vereador.
"Em relação aos depoimentos de dois fiscais,
prestados no Dird e veiculados pela imprensa,
tenho a dizer que:
1. Desconheço o teor exato dos depoimentos,
porquanto a eles não tive acesso. Tive apenas
notícia de versão interpretativa desse depoimento por entrevista de autoridade concedida à
mídia.
2. Portanto não posso me manifestar sobre
suposta acusação cujo exato teor desconheço.
3. Não obstante, é preciso ter em conta que os
fiscais mencionados pela imprensa, depois de
presos temporariamente, em março de 1999, foram indiciados por crime de concussão. Na ocasião, ambos, depois de acusar terceiros, requereram benefícios legais.
Uma das maneiras de alguém tentar escapar
de acusação é acusar outra(s) pessoa(s). Esse
método, atualmente priorizado como técnica
investigatória, requer todo cuidado na análise
das acusações feitas por acusado, porquanto
para este é uma forma de defesa para tentar obter benefícios legais e, por isso, naturalmente
suspeita.
4. Até o momento, sofri acusações de pessoas
acusadas e que buscam benefícios legais. Não
será surpresa se isso continuar a acontecer porquanto essa tem sido a tônica das investigações.
Não há contra mim nenhuma acusação estatal
formalizada perante o Judiciário. Se e quando
houver, poderei conhecê-la e me defender. Por
enquanto, fico à mercê de fatos isolados, colhidos em inquérito policial, de natureza sigilosa e
inquisitiva e que não propicia o contraditório e
a ampla defesa, fatos esses que são divulgados
para a imprensa como verdade incontroversa.
Cabe-me lembrar que o Judiciário, para declarar alguém culpado, passa anos, sob o crivo do
contraditório e da ampla defesa, buscando a
certeza da culpa. Por isso, não basta a suposição
para condenar precipitada e publicamente alguém com base em procedimento meramente
inquisitório.
5. Esclareço, mais uma vez, que, espontaneamente e desde 11 de março de 99, abri meu sigilo
bancário e fiscal às autoridades e coloquei-me à
disposição para qualquer esclarecimento, numa demonstração inequívoca de que estou
aberto às investigações, mas sempre na expectativa de que sejam respeitados meus direitos básicos da cidadania, dentre eles o de, em obséquio ao princípio constitucional da presunção
da inocência, não ser condenado sem julgamento, com prejuízos irreparáveis à minha
imagem. Não se pode olvidar que a injustiça para um é ameaça para todos. Recentemente, requeri a instauração de comissão processante
contra mim mesmo, na Câmara Municipal,
noutra demonstração de minha convicção de
inocência."
Vereador Paulo Roberto Faria Lima
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