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MEIO AMBIENTE
Empreendimento de US$ 150 milhões na ilha da Gipóia coloca procuradoria e ambientalistas contra a prefeitura da cidade
Projeto hoteleiro gera polêmica em Angra
RONI LIMA
da Sucursal do Rio
O apoio da Prefeitura de Angra
dos Reis (RJ) a um projeto hoteleiro do grupo Maksoud na ilha da
Gipóia, de US$ 150 milhões, colocou a administração em rota de colisão com ambientalistas e a Procuradoria da República no Rio.
Para a procuradoria, o Maksoud
Plaza Resort não respeitaria a legislação ambiental, seria gigantesco para o local e causaria danos ao
ecossistema -como o desmatamento de Mata Atlântica.
O procurador Alex Miranda disse que entrará com ação civil pública contra o projeto se a prefeitura autorizar o início das obras.
Aprovado por órgãos ambientais
do Estado e da União, o projeto depende de alvará municipal.
O prefeito de Angra, José Marcos
Castilho (PT), disse que o alvará
será concedido assim que o empreendedor enviar os documentos
formais finais. "Cumprimos rigorosamente a legislação", disse.
Reunindo hotel, apart-hotel, casas, clínica de revitalização e marina, o resort ficaria em área onde o
dentista Olympio Faissol Pinto
-que atende a socialites e políticos como Collor e Brizola- tem
casa de veraneio.
A procuradoria abriu investigação civil para analisar o projeto e,
após uma visita com especialistas à
área, em agosto, concluiu que o
empreendimento seria incompatível com a preservação ambiental.
Miranda diz reconhecer preocupações ambientais no projeto, que
é voltado para o desenvolvimento
do ecoturismo. Mas, para ele, Faissol e a rede Maksoud planejaram
algo gigantesco para o saturado e
delicado ecossistema da região.
Ocupação
"Devido à imprevidência de
uma ocupação desordenada, a
baía da Ilha Grande não comporta
um projeto deste nível", afirma.
Ele sustenta que, pela legislação
ambiental, o projeto é ilegal.
Ficaria dentro da área de proteção ambiental de Tamoios e, pelo
decreto estadual de regulamentação, estaria em zona de conservação da vida silvestre -onde não
pode haver parcelamento do solo e
construção de novas edificações.
Além disso, ilhas, lages e rochedos próximos formam a Estação
Ecológica Federal de Tamoios
-estratégica para a reprodução
da vida marinha. Para a rede Maksoud, vale no caso o direito adquirido -já que a primeira versão do
projeto foi protocolada junto à
Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente) em
1989. Miranda diz que a Constituição de 88 modificou essa questão.
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