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SEGURANÇA
Projeto é instalar 51 postos, dos quais 9 já estão em funcionamento na divisa entre Brasil e Colômbia
PF planeja ter, até 2005, controle total de fronteiras
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A Polícia Federal planeja ter em
funcionamento, até 2005, 51 Confrons (Postos de Controle de
Fronteiras), cobrindo todos os
16.399 quilômetros de fronteiras
terrestres do Brasil.
Será um sistema de controle ostensivo, com ações permanentes,
a exemplo do modelo da Operação Cobra (junção das sílabas das
iniciais de Colômbia e Brasil), que
há três anos combate o crime organizado e o ingresso de armas e
drogas na Amazônia brasileira.
Haverá uma concentração de
postos na região da Tríplice Fronteira (entre Brasil, Paraguai e Argentina), uma das principais portas de entrada de drogas e armas
no país, segundo a PF.
Dos 51 Confrons, 9 já funcionam na Operação Cobra. Até outubro, está prevista a inauguração
de três da Operação Vebra (fronteira com a Venezuela) e quatro
da Operação Pebra (Peru).
O sistema tem o apoio das Forças Armadas e da Receita Federal.
Com a parceria do Exército, por
exemplo, a PF utilizará as instalações e o apoio logístico em pontos
onde já existem PEFs (Pelotões
Especiais de Fronteira), como já
ocorre com a Operação Cobra.
Nomeado há dois meses para a
coordenação de Operações Especiais de Fronteiras, o delegado
Mauro Spósito, 53, que projetou o
sistema, disse que a Operação Cobra reduziu o volume de drogas
que circulava na região, de 1.000
kg por ano para 178 kg. "Os resultados demonstram que o tráfico
de drogas na zona de fronteira foi
reduzido a menos de um terço do
que existia anteriormente."
Dentre as ações que se destacam
nos relatórios da Operação Cobra, em 2002, estão a destruição
de seis pistas clandestinas e a
apreensão de 60 kg de heroína. A
polícia afirma ter bloqueado uma
conexão do Cartel de Jalisco (México) com a Colômbia, com a prisão do mexicano apontado como
o representante do cartel no Brasil, José Carlos Fierro Gonzales.
Ele foi preso em um barco, no rio
Solimões, com 15 kg de heroína.
Segundo o delegado, para a
maioria dos novos postos serão
deslocados delegados e agentes
federais que passarem em concurso público para o preenchimento de 5.000 vagas, previsto
para ser realizado neste ano.
Ele não informou o valor total
do projeto. Disse que o governo
gastou R$ 380 mil só para a montagem dos postos a serem inaugurados em outubro.
A Operação Cobra, que serve de
exemplo, custou US$ 12 milhões
(cerca de R$ 35 milhões) para
montar a estrutura com 12 postos
(3 ainda não inaugurados). Parte
do dinheiro foi gasto com um
avião e um helicóptero, que dão
autonomia às operações.
Sivam
Hoje, o maior problema na região Norte ainda é a utilização de
pilotos brasileiros pelos traficantes colombianos para transportar
droga até o Suriname.
Os aviões dos narcotraficantes
pousam em pistas clandestinas no
meio da selva em altitudes abaixo
de 300 pés para tentar driblar os
radares do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
A droga também segue em pequenas embarcações para Manaus, na rota para Europa e cidades do Norte e do Nordeste.
O delegado Spósito disse que
um novo acordo entre a PF e o Sivam vai disponibilizar nos próximos dez dias dados em tempo
real das aeronaves que adentram
o território brasileiro.
Segundo Spósito, na região da
Tríplice Fronteira será desenvolvida a Operação Aliança, com 11
postos a ser inaugurados até 2005
em três Estados (MS, PR e SC). A
cidade de Foz do Iguaçu (PR) centralizará as ações da PF.
O delegado disse que a Operação Aliança já se desenvolve em
caráter eventual. "O que vamos
fazer agora é colocá-la em funcionamento permanente porque o
crime transnacional é uma das
maiores ameaças que nós consideramos, e o fortalecimento das
operações nas fronteiras será o
neutralizador dessas ações."
Segundo Spósito, a criminalidade transnacional não se restringe
ao tráfico de drogas ou de armas.
"São crimes que rendem dinheiro, então toda e qualquer atividade será reprimida, inclusive, o
roubo de cargas", afirmou.
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