DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), reuniu os secretários municipais para dar uma ordem: no dia 22 de setembro, nenhum deles deverá sair de carro para trabalhar. Deverão usar transporte coletivo, ir de bicicleta ou a pé. Taniguchi vai de ônibus.
A orientação faz parte da programação de Curitiba para a jornada "Na Cidade Sem Meu Carro". É a primeira vez que a líder em motorização entre as capitais vai participar do evento. "A idéia ganhou grandes proporções", diz Yára Christina Einsenbach, presidente da Urbs (empresa que cuida do transporte e do trânsito).
No dia 22, Curitiba vai separar 6 km de vias do centro exclusivamente para pedestres, ciclistas, táxis e veículos de transporte coletivo. Einsenbach conta que moradores de alguns bairros também resolveram fechar uma de suas ruas. Já cogitam adotar medidas semelhantes uma vez por mês.
Em Goiânia, a prefeitura encomendou uma música ao puxador de samba Neguinho da Beija-Flor e fará, no dia 22, um desfile carnavalesco sobre mobilidade. Serão fechados 2 km de vias da área central das 8h às 15h.
No país, há 39 milhões de viagens diárias em carros e 59 milhões em transporte público. As viagens em automóveis na Grande São Paulo representavam 32% do total no final dos anos 60. Nos anos 90, atingiram 50%.
A prefeitura da capital paulista ainda não consta da lista dos que vão se engajar na jornada, mas, na última sexta-feira, dois dias após ser procurada pela Folha, informou que também irá participar -embora não tenha ainda nenhuma programação oficial.
No dia 21, São Paulo terá um passeio ciclístico (sem apoio do poder público) batizado de "Um Dia Sem Carro". O organizador, Angelo Gigliotti, 50, líder de uma ONG, pretende concentrar ciclistas em frente à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, em Pinheiros (zona oeste), e ir ao parque Ibirapuera (zona sul). "O foco do passeio é social. A bicicleta é uma alternativa viável de locomoção para as classes mais baixas", diz.


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