São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2004

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MASSACRE NO CENTRO

Dois homens foram reconhecidos em foto e acusados por testemunhas de participar de agressões a moradores de rua no centro de São Paulo

Polícia diz ter nome de suspeitos de ataques

SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil afirmou ontem ter os nomes completos de dois suspeitos de participação nos ataques contra moradores de rua ocorridos no centro de São Paulo nas madrugadas de 19 e 22 de agosto. A informação foi dada aos jornalistas pelo delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, que comanda as investigações.
"Temos dois nomes, indicados por várias testemunhas. Estamos reunindo as provas", disse Teixeira, segundo o qual nenhuma prisão foi pedida. Os suspeitos estão sendo vigiados a distância.
Na última quinta-feira, o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, prometeu que o caso estará esclarecido quando completar 30 dias, o que acontece no próximo sábado.
"De 30 dias [a investigação] não passará. E não passará mesmo. Em 30 dias nós vamos resolver esta questão", disse ele. "[A investigação] Está indo bem. Mais uns diazinhos e a gente resolve. Está perto, claro. Se eu estou falando em uma semana é porque está perto", completou Abreu Filho.
A Folha apurou, no entanto, que no mesmo dia em que fixou publicamente um prazo para o desfecho do caso, o secretário deu um ultimato ao policiais: eles têm até a quinta -depois de amanhã- para fechar um relatório sobre a autoria dos ataques. O tempo é considerado muito curto pela cúpula da Polícia Civil.
Até ontem, cerca de 60 pessoas haviam sido ouvidas no inquérito que apura os assassinatos. Pelo menos dez delas teriam dado indicações sobre a identidade dos dois suspeitos citados pelo delegado Teixeira. Algumas teriam, inclusive, reconhecido os agressores em fotografias que viram durante o interrogatório.
Nos quase 30 dias de investigação, porém, os policiais já detiveram três outros homens para averiguação, mas as suspeitas existentes contra eles não se confirmaram e todos foram liberados.
Segundo o delegado Teixeira, não está descartada a possibilidade de o grupo de agressores ter tido formações diferentes nas duas madrugadas de ataques.
Em 19 de agosto, 11 moradores de rua foram atacados -dois foram mortos no local das agressões e outros três acabaram morrendo no hospital. Na madrugada do dia 22, houve mais quatro agressões -uma pessoa foi morta.


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