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MASSACRE NO CENTRO
Dois homens foram reconhecidos em foto e acusados por testemunhas de participar de agressões a moradores de rua no centro de São Paulo
Polícia diz ter nome de suspeitos de ataques
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil afirmou ontem
ter os nomes completos de dois
suspeitos de participação nos ataques contra moradores de rua
ocorridos no centro de São Paulo
nas madrugadas de 19 e 22 de
agosto. A informação foi dada aos
jornalistas pelo delegado Luiz
Fernando Lopes Teixeira, que comanda as investigações.
"Temos dois nomes, indicados
por várias testemunhas. Estamos
reunindo as provas", disse Teixeira, segundo o qual nenhuma prisão foi pedida. Os suspeitos estão
sendo vigiados a distância.
Na última quinta-feira, o secretário da Segurança Pública, Saulo
de Castro Abreu Filho, prometeu
que o caso estará esclarecido
quando completar 30 dias, o que
acontece no próximo sábado.
"De 30 dias [a investigação] não
passará. E não passará mesmo.
Em 30 dias nós vamos resolver esta questão", disse ele. "[A investigação] Está indo bem. Mais uns
diazinhos e a gente resolve. Está
perto, claro. Se eu estou falando
em uma semana é porque está
perto", completou Abreu Filho.
A Folha apurou, no entanto,
que no mesmo dia em que fixou
publicamente um prazo para o
desfecho do caso, o secretário deu
um ultimato ao policiais: eles têm
até a quinta -depois de amanhã- para fechar um relatório
sobre a autoria dos ataques. O
tempo é considerado muito curto
pela cúpula da Polícia Civil.
Até ontem, cerca de 60 pessoas
haviam sido ouvidas no inquérito
que apura os assassinatos. Pelo
menos dez delas teriam dado indicações sobre a identidade dos
dois suspeitos citados pelo delegado Teixeira. Algumas teriam,
inclusive, reconhecido os agressores em fotografias que viram durante o interrogatório.
Nos quase 30 dias de investigação, porém, os policiais já detiveram três outros homens para averiguação, mas as suspeitas existentes contra eles não se confirmaram e todos foram liberados.
Segundo o delegado Teixeira,
não está descartada a possibilidade de o grupo de agressores ter tido formações diferentes nas duas
madrugadas de ataques.
Em 19 de agosto, 11 moradores
de rua foram atacados -dois foram mortos no local das agressões
e outros três acabaram morrendo
no hospital. Na madrugada do dia
22, houve mais quatro agressões
-uma pessoa foi morta.
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