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Brasileiro é preso durante vôo nos EUA
Segundo policiais, lutador de jiu-jitsu vestia jaqueta militar, deu socos no ar e tentou abrir saída traseira de emergência
Passageiros afirmam ter ouvido aeromoça gritar "Senhor, tire a mão da maçaneta'; vôo partia de Los Angeles para Washington
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O lutador brasileiro de jiu-jitsu Carlos Alberto de Oliveira,
43, de Porto Alegre (RS), foi
preso na noite de anteontem,
acusado de causar distúrbios
durante um vôo de Los Angeles, na Califórnia, para Washington. Segundo policiais federais que estavam no avião,
ele vestia uma jaqueta militar,
dava socos no ar e tentou abrir
a saída traseira de emergência
do Airbus 320.
Passageiros do vôo United
890, que aterrissaria no Aeroporto Internacional Dulles às
20h35 locais de terça-feira
(21h35 de Brasília), teriam conseguido derrubar o brasileiro,
que teve as mãos imobilizadas
nas costas por uma algema de
plástico por dois policiais que
viajavam à paisana -procedimento rotineiro desde o ataque
de 11 de Setembro. Oliveira vinha de uma luta em Tóquio.
Segundo relato de Stephen
Lockwood, um dos 183 passageiros do vôo -que contava
ainda com equipe de seis pessoas-, "ele apanhou bastante".
De acordo com Amy Kudwa,
porta-voz da Administração de
Segurança nos Transportes
(TSA, na sigla em inglês), que
cuida dos aeroportos, "ninguém saiu ferido".
Sob custódia do FBI, a polícia
federal norte-americana, Oliveira teve sua audiência inicial
transferida de ontem para hoje
no tribunal do condado de Loudon, na Virgínia, sob a jurisdição do qual se encontra o aeroporto internacional, por ter se
envolvido numa briga na cadeia
onde estava detido. Ele pode
ser acusado de interferir nas
operações de uma aeronave,
mas não será acusado por crimes federais, segundo o FBI.
Ken Wolfenbarger, um dos
passageiros que dizem ter ajudado a imobilizar Oliveira no
chão, afirma que o brasileiro
usava uma jaqueta com motivos militares, distintivos de forças especiais militares e logotipos de campeonato de jiu-jitsu.
Oliveira agiu de "maneira estranha" por 20 minutos, depois
sentou-se na cadeira e deu socos no ar, de acordo com Wolfenbarger. Este e outros passageiros resolveram agir quando
ouviram uma aeromoça dizer
"Senhor, por favor, tire a mão
da maçaneta". E depois gritos
de "Ajudem, por favor!".
O brasileiro já estava agitado
havia três horas e meia num
vôo que dura cinco horas e
meia, disse Megan McCarthy,
porta-voz da United, e falava alto em português. Depois de
imobilizado, Oliveira foi levado
para uma cadeira da primeira
classe do avião, onde ficou sob
vigilância dos policiais até a
aterrissagem -como ele estava
sob controle, o piloto decidiu
seguir a rota, em vez de posar
no aeroporto mais próximo.
O vôo, que saiu às 12h50 locais de Los Angeles, aterrissou
no horário marcado, às 20h35
locais de Washington, em Dulles. Então, Oliveira foi passado
para a custódia do FBI, que o
mantinha detido até a conclusão desta edição, segundo a
porta-voz da polícia federal,
Debbie Weierman, que afirmou: "Não há nenhuma ligação
aparente com terrorismo".
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