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Agentes vetam visita a presos após morte de colega em Salvador
Polícia investiga relação de assassinato de agente penitenciário com a onda de atentados da semana passada na capital baiana
Funcionários do complexo da Mata Escura decidiram proibir também a saída dos presos ao pátio; revoltados, 400 familiares protestaram
Marco Aurélio Martins/Agência "A Tarde"
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Confusão em protesto de parentes de presos, que não puderam entrar no presídio para a visita
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O assassinato de um agente
penitenciário em Salvador causou revolta entre profissionais
da categoria, que decidiram ontem proibir visitas aos detentos
da colônia penal Lafayete Coutinho e do complexo penitenciário da Mata Escura, onde
surgiu a facção criminosa
apontada como autora dos recentes ataques na cidade.
A polícia investiga a relação
entre a morte do agente e a onda de atentados da semana passada, que já deixou dez suspeitos mortos, quatro policiais e
sete civis feridos, além de 16
ônibus e nove postos da PM
destruídos na capital baiana.
O crime ocorreu na tarde de
anteontem, no bairro de Cidade Nova, na periferia. Segundo
a polícia, o agente Marival Ferreira Matos, 50, foi morto a tiros por três homens a poucos
metros de sua casa. Os disparos
acertaram a cabeça e o tórax do
agente. Ele foi levado com vida
a um hospital da região, mas
não resistiu aos ferimentos.
Os agentes do complexo penitenciário da Mata Escura, onde Matos trabalhava, decidiram proibir, além das visitas, a
saída dos presos ao pátio. Revoltados, 400 familiares fecharam a rua em frente ao local.
O protesto foi encerrado
após uma conversa entre o secretário de Justiça, Direitos
Humanos e Cidadania, Nelson
Pellegrino, e os agentes. Ainda
assim, as visitas não foram feitas por "questões de logística".
Segundo o governo, os ataques fazem parte de uma represália pela transferência do traficante Cláudio Campanha para um presídio federal em Campo Grande (MS). Ele é apontado como líder da facção criminosa Comissão da Paz, suspeita
de promover os ataques.
Na quinta, outros 14 presos
foram transferidos para o presídio federal de Catanduvas
(PR). Segundo investigações da
polícia, eles coordenavam os
ataques através de celulares e
mensagens transmitidas por
visitas. A medida, entretanto,
não foi suficiente para impedir
mais atentados e confrontos.
A polícia baiana anunciou
ontem que prendeu mais cinco
suspeitos de terem participado
dos ataques a ônibus e postos
da Polícia Militar. Até agora, 24
pessoas foram detidas.
Lavagem de dinheiro
O governo de Jaques Wagner
(PT) decidiu aprofundar as investigações contra as facções
criminosas que controlam o
tráfico de drogas no Estado.
Um laboratório especializado em combate à lavagem de dinheiro será inaugurado dentro
de um mês.
A estrutura contará com um
software capaz de cruzar dados
financeiros de outras investigações com informações de empresas, bancos de dados e contas bancárias.
O investimento será de R$ 2,1
milhões, sendo R$ 681 mil
oriundos do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), do Ministério da Justiça.
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