São Paulo, segunda, 14 de setembro de 1998

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CONSUMO
Crescem queixas sobre móveis

KÊNYA ZANATTA
da Reportagem Local

O Procon de São Paulo recebeu 4.992 queixas sobre móveis de janeiro a julho deste ano -um crescimento de 14,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, as consultas sobre o assunto aumentaram 69%, passando de 4.149 em 97 para 7.018 em 98. As queixas sobre móveis só são superadas pelas reclamações sobre telefonia, que chegaram a 6.495 no mesmo período.
Os principais problemas são a não-entrega dentro do prazo estipulado (2.471 consultas e 1.625 reclamações) e a entrega de produtos com defeito (1.639 consultas e 1.666 reclamações).
Para Mariza Barone, técnica da área de produtos do Procon, as causas prováveis são a falta de planejamento dos fornecedores na montagem dos estoques e falhas no controle de qualidade dos fabricantes.
O tradutor Válter Gonzales, 31, enfrentou problemas ao comprar uma cozinha modulada. A entrega deveria ter sido feita 40 dias após a compra, mas só aconteceu um mês depois da data marcada.
"O pior é que pediram que eu retirasse a pia para instalar a cozinha e fiquei um mês tendo que fazer as refeições na rua", afirma.
Gonzales entrou em contato várias vezes com a empresa, mas só recebeu a cozinha quando fez uma reclamação ao Procon.
"Se todo mundo fosse atrás dos seus direitos, as empresas respeitariam um pouco mais", disse.
A comerciante Ivani Lombardi Fonseca, 41, comprou uma cama de casal na loja Sofá e Cia. em maio. O móvel deveria ser entregue em 25 dias. No início de agosto, Ivani ainda não havia recebido a cama e decidiu comprar outra.
"Passei todo esse tempo dormindo no chão", afirma ela. Ivani foi à loja cancelar o pedido, mas não recebeu o dinheiro de volta.
Segundo Jacques Almeida, assistente comercial da Sofá e Cia., a entrega atrasou porque a cama foi importada e ficou retida na alfândega. A loja não restituiu o dinheiro porque se trata de um móvel feito sob medida, que não pode ser devolvido para o fabricante.
"Agora nós vamos negociar com a cliente a possibilidade de entrega", diz.
Já a publicitária Raquel Passerani, 25, comprou uma estante na Kolumbus Móveis e recebeu um produto defeituoso. Ela diz que reclamou na loja durante dois meses, antes de recorrer ao Procon.
Segundo Raquel, funcionários da loja foram à casa dela para trocar as partes defeituosas do móvel, mas o resultado foi insatisfatório.
Patrícia Dutra de Medeiros, do departamento jurídico da Kolumbus Móveis, afirma que a cliente confirmou o recebimento do produto em perfeito estado e que a loja tentou várias vezes atender às suas reclamações "por uma questão de cortesia".
Segundo Patrícia, a loja vai enviar um funcionário para solucionar definitivamente o problema.



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