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CONSUMO
Crescem
queixas
sobre móveis
KÊNYA ZANATTA
da Reportagem Local
O Procon de São Paulo recebeu
4.992 queixas sobre móveis de janeiro a julho deste ano -um crescimento de 14,5% em relação ao
mesmo período do ano passado.
Além disso, as consultas sobre o
assunto aumentaram 69%, passando de 4.149 em 97 para 7.018
em 98. As queixas sobre móveis só
são superadas pelas reclamações
sobre telefonia, que chegaram a
6.495 no mesmo período.
Os principais problemas são a
não-entrega dentro do prazo estipulado (2.471 consultas e 1.625 reclamações) e a entrega de produtos com defeito (1.639 consultas e
1.666 reclamações).
Para Mariza Barone, técnica da
área de produtos do Procon, as
causas prováveis são a falta de planejamento dos fornecedores na
montagem dos estoques e falhas
no controle de qualidade dos fabricantes.
O tradutor Válter Gonzales, 31,
enfrentou problemas ao comprar
uma cozinha modulada. A entrega
deveria ter sido feita 40 dias após a
compra, mas só aconteceu um
mês depois da data marcada.
"O pior é que pediram que eu
retirasse a pia para instalar a cozinha e fiquei um mês tendo que fazer as refeições na rua", afirma.
Gonzales entrou em contato várias vezes com a empresa, mas só
recebeu a cozinha quando fez uma
reclamação ao Procon.
"Se todo mundo fosse atrás dos
seus direitos, as empresas respeitariam um pouco mais", disse.
A comerciante Ivani Lombardi
Fonseca, 41, comprou uma cama
de casal na loja Sofá e Cia. em
maio. O móvel deveria ser entregue em 25 dias. No início de agosto, Ivani ainda não havia recebido
a cama e decidiu comprar outra.
"Passei todo esse tempo dormindo no chão", afirma ela. Ivani
foi à loja cancelar o pedido, mas
não recebeu o dinheiro de volta.
Segundo Jacques Almeida, assistente comercial da Sofá e Cia., a
entrega atrasou porque a cama foi
importada e ficou retida na alfândega. A loja não restituiu o dinheiro porque se trata de um móvel
feito sob medida, que não pode ser
devolvido para o fabricante.
"Agora nós vamos negociar
com a cliente a possibilidade de
entrega", diz.
Já a publicitária Raquel Passerani, 25, comprou uma estante na
Kolumbus Móveis e recebeu um
produto defeituoso. Ela diz que reclamou na loja durante dois meses, antes de recorrer ao Procon.
Segundo Raquel, funcionários
da loja foram à casa dela para trocar as partes defeituosas do móvel,
mas o resultado foi insatisfatório.
Patrícia Dutra de Medeiros, do
departamento jurídico da Kolumbus Móveis, afirma que a cliente
confirmou o recebimento do produto em perfeito estado e que a loja tentou várias vezes atender às
suas reclamações "por uma questão de cortesia".
Segundo Patrícia, a loja vai enviar um funcionário para solucionar definitivamente o problema.
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