São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 2002

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ACIDENTE

Funcionários da Petrobras são resgatados após uma falha do sistema elétrico provocar pequeno afundamento da P-34

Sob risco de afundar, plataforma é esvaziada

DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras retirou, por volta das 15h30 de ontem, os 76 funcionários que trabalhavam na plataforma P-34, de extração de petróleo e gás, que ameaçava afundar.
Os funcionários foram transferidos de barco para outras plataformas da companhia na bacia de Campos, no norte fluminense.
O acidente ocorre 19 meses depois do afundamento da P-36, quando morreram 11 pessoas.
Segundo a assessoria da Petrobras, uma falha no sistema elétrico causou inclinação na P-34, que é um navio adaptado. Segundo o Sindicato dos Petroleiros, a pane teria afetado válvulas do sistema de estabilidade e inclinação.
Segundo Fernando Carvalho, presidente do sindicato, o navio teria sofrido uma inclinação de 48 graus, o que pode fazê-lo afundar. Há cinco meses, diz, funcionários foram retirados após um problema no gerador de eletricidade.
Em nota, a estatal diz que não houve explosão e que está tentando evitar o afundamento da P-34.
Segundo Carlos Henrique Abreu Mendes, gerente-executivo do Ibama no Rio, o navio tem 15 milhões de litros de óleo. Ele diz que só há risco de vazamento se a plataforma afundar.
A P-34 fica a 120 km da costa de Macaé. Gera 34 mil barris de óleo e 195 mil m3 de gás por dia, produção interrompida com o acidente.
A empresa informou que os órgãos responsáveis pela exploração de petróleo no país já haviam sido informados do acidente.
Em 15 de março de 2001, 11 pessoas morreram após explosões na plataforma P-36, na mesma bacia de Campos. Cinco dias depois, afundou a então maior plataforma semi-submersível de produção de petróleo do mundo (120 m de altura e 31 mil toneladas).
Os mortos, todos da brigada de incêndio, tentavam apagar o fogo da primeira das três explosões. A Petrobras não conseguiu evitar o naufrágio nem o vazamento de 1,4 milhão de litros de óleo. Três dias antes da explosão, boletins sugeriam parar a produção para consertar um defeito na ventilação.
Sindicância da Petrobras apontou, em junho de 2001, como causa uma falha numa válvula, sem indicar responsáveis. No mês seguinte, relatório da Marinha e da Agência Nacional de Petróleo apontou falhas de coordenação e gerenciamento operacional.
O acidente com a P-36 foi o segundo maior da história da empresa. Em 1984, também na bacia de Campos, um acidente na plataforma Enchova 1 provocou a morte de 37 funcionários.


Colaborou a Reportagem Local

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