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ACIDENTE
Funcionários da Petrobras são resgatados após uma falha do sistema elétrico provocar pequeno afundamento da P-34
Sob risco de afundar, plataforma é esvaziada
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras retirou, por volta
das 15h30 de ontem, os 76 funcionários que trabalhavam na plataforma P-34, de extração de petróleo e gás, que ameaçava afundar.
Os funcionários foram transferidos de barco para outras plataformas da companhia na bacia de
Campos, no norte fluminense.
O acidente ocorre 19 meses depois do afundamento da P-36,
quando morreram 11 pessoas.
Segundo a assessoria da Petrobras, uma falha no sistema elétrico causou inclinação na P-34, que
é um navio adaptado. Segundo o
Sindicato dos Petroleiros, a pane
teria afetado válvulas do sistema
de estabilidade e inclinação.
Segundo Fernando Carvalho,
presidente do sindicato, o navio
teria sofrido uma inclinação de 48
graus, o que pode fazê-lo afundar.
Há cinco meses, diz, funcionários
foram retirados após um problema no gerador de eletricidade.
Em nota, a estatal diz que não
houve explosão e que está tentando evitar o afundamento da P-34.
Segundo Carlos Henrique
Abreu Mendes, gerente-executivo
do Ibama no Rio, o navio tem 15
milhões de litros de óleo. Ele diz
que só há risco de vazamento se a
plataforma afundar.
A P-34 fica a 120 km da costa de
Macaé. Gera 34 mil barris de óleo
e 195 mil m3 de gás por dia, produção interrompida com o acidente.
A empresa informou que os órgãos responsáveis pela exploração de petróleo no país já haviam
sido informados do acidente.
Em 15 de março de 2001, 11 pessoas morreram após explosões na
plataforma P-36, na mesma bacia
de Campos. Cinco dias depois,
afundou a então maior plataforma semi-submersível de produção de petróleo do mundo (120 m
de altura e 31 mil toneladas).
Os mortos, todos da brigada de
incêndio, tentavam apagar o fogo
da primeira das três explosões. A
Petrobras não conseguiu evitar o
naufrágio nem o vazamento de 1,4
milhão de litros de óleo. Três dias
antes da explosão, boletins sugeriam parar a produção para consertar um defeito na ventilação.
Sindicância da Petrobras apontou, em junho de 2001, como causa uma falha numa válvula, sem
indicar responsáveis. No mês seguinte, relatório da Marinha e da
Agência Nacional de Petróleo
apontou falhas de coordenação e
gerenciamento operacional.
O acidente com a P-36 foi o segundo maior da história da empresa. Em 1984, também na bacia
de Campos, um acidente na plataforma Enchova 1 provocou a
morte de 37 funcionários.
Colaborou a Reportagem Local
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