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MALES URBANOS
Renda foi um dos três itens analisados
Pesquisa aponta descontrole na expansão de 200 cidades do Brasil
DA SUCURSAL DO RIO
O Brasil tem cerca de 200 cidades caracterizadas por um alto dinamismo de "crescimento canceroso", que se traduz em caos urbano, favelização e infra-estrutura escassa. É a conclusão do Projeto Qualicidades, que analisou três
critérios: renda, população e edificação dos municípios brasileiros.
"O crescimento dessas 200 cidades é canceroso, doente", diz Luiz
Paulo Vellozo Lucas, coordenador do Qualicidades, convênio
que inclui o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes).
São Paulo, para ele, é o principal
exemplo. Ele acredita que a cidade tem hoje a maior taxa de dinamismo brasileiro. "Quando, por
exemplo, o PIB nacional cresce
0%, o mercado imobiliário de São
Paulo sobe 6%, o que mostra que
as cidades têm um vetor de crescimento autônomo, endógeno."
As cidades de alto dinamismo
crescem acima da média nacional
e/ou regional. Após certo ponto
passariam a ter uma deseconomia
com a aglomeração populacional.
"Os pobres das maiores cidades
são mais pobres que os das cidades pobres", afirma Lucas.
Municípios de médio dinamismo têm crescimento razoavelmente equilibrado. Mas a maioria
dos quase 5.700 municípios do
país está estagnada ou decadente.
Os dados foram apresentados ontem, no 1º seminário do Qualicidades, na sede do BNDES, Rio.
Lucas disse ser fundamental haver uma política habitacional antes que se formem adensamentos
populacionais. O subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria
de Relações Institucionais da Presidência da República, Vicente
Trevas, admitiu que o Brasil vive
uma crise urbana, mas diz que só
se resolveria com um programa
comum aos governos.
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