São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2006

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Preso ex-federal envolvido com máfia de caça-níqueis

Suspeito é considerado possível sucessor de Rogério Andrade, detido há um mês

Ao ser encontrado em Búzios, acusado não reagiu, negou ser Paulo Padilha e afirmou que não participa de quadrilha do jogo

DA SUCURSAL DO RIO

O ex-policial federal Paulo César Ferreira do Nascimento, o Paulo Padilha, foi preso em Búzios, anteontem à noite. Ele é apontado como um dos possíveis sucessores de Rogério Andrade na máfia dos caça-níqueis e no jogo do bicho no Rio. Nascimento era considerado foragido desde o final de agosto, quando teve a prisão decretada por formação de quadrilha.
Rogério Andrade, sobrinho do principal chefe da contravenção no Rio, Castor de Andrade (morto em 1997), foi preso há cerca de um mês. Ele estava foragido desde 2003, quando foi condenado pelo assassinato de seu primo Paulinho Andrade, em 1998. Rogério era gerente dos negócios de Paulinho com o jogo do bicho, parte do espólio de Castor.
A outra parte, as máquinas de caça-níqueis, foi deixada para o genro de Castor, Fernando Iggnácio de Miranda, preso anteontem em um condomínio de luxo em São Conrado (zona oeste do Rio).
Rogério passou a investir também no negócio dos caça-níqueis, o que fez dele inimigo de Iggnácio. Uma guerra entre os dois foi travada, e mais de 50 pessoas já morreram. Em agosto, 29 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público, entre elas Paulinho Padilha, Iggnácio e Rogério.
Por causa das desavenças, Rogério e Iggnácio estão sendo mantidos em carceragens distintas. O primeiro está na Polinter do centro do Rio e o segundo, na Polinter de Niterói (cidade a 15 km do Rio).
Uma equipe de policiais da Core (Coordenadora de Recursos Especiais) investigava o paradeiro de Nascimento, apontando para Búzios, onde ele foi capturado bebendo sozinho em um bar. Nascimento não estava armado nem reagiu. À polícia, disse não ser Paulo Padilha e negou estar envolvido com a contravenção.
Segundo seu depoimento, Paulo Padilha era o apelido do irmão dele, que foi assassinado há alguns anos, por envolvimentos no jogo do bicho. Nenhum dos dois têm "Padilha" no sobrenome, o que seria um apelido herdado do padrinho deles que também era policial.
O preso será mantido na carceragem do ponto zero, já que tem ensino superior. A polícia não soube informar quando ele deixou de ser policial federal, nem o motivo. No depoimento, ele não deu detalhes sobre sua saída da corporação.
A PM informou que monitora a situação na zona oeste da cidade para evitar que haja mais assassinatos na disputa pelo controle da contravenção na área, agora que os principais líderes das quadrilhas rivais estão presos.
A PM disse ainda que continua procurando dois policiais militares: o sargento reformado Rui Reis dos Santos Barros e o soldado Aldecir Ladeira Serafim, que também tiveram a prisão decretada e são considerados foragidos da Justiça.


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