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Preso ex-federal envolvido com máfia de caça-níqueis
Suspeito é considerado possível sucessor de Rogério Andrade, detido há um mês
Ao ser encontrado em Búzios, acusado não reagiu, negou ser Paulo Padilha e afirmou que não participa de quadrilha do jogo
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-policial federal Paulo
César Ferreira do Nascimento,
o Paulo Padilha, foi preso em
Búzios, anteontem à noite. Ele
é apontado como um dos possíveis sucessores de Rogério Andrade na máfia dos caça-níqueis e no jogo do bicho no Rio.
Nascimento era considerado
foragido desde o final de agosto,
quando teve a prisão decretada
por formação de quadrilha.
Rogério Andrade, sobrinho
do principal chefe da contravenção no Rio, Castor de Andrade (morto em 1997), foi preso há cerca de um mês. Ele estava foragido desde 2003, quando
foi condenado pelo assassinato
de seu primo Paulinho Andrade, em 1998. Rogério era gerente dos negócios de Paulinho
com o jogo do bicho, parte do
espólio de Castor.
A outra parte, as máquinas de
caça-níqueis, foi deixada para o
genro de Castor, Fernando Iggnácio de Miranda, preso anteontem em um condomínio de
luxo em São Conrado (zona
oeste do Rio).
Rogério passou a investir
também no negócio dos caça-níqueis, o que fez dele inimigo
de Iggnácio. Uma guerra entre
os dois foi travada, e mais de 50
pessoas já morreram. Em agosto, 29 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público,
entre elas Paulinho Padilha,
Iggnácio e Rogério.
Por causa das desavenças,
Rogério e Iggnácio estão sendo
mantidos em carceragens distintas. O primeiro está na Polinter do centro do Rio e o segundo, na Polinter de Niterói
(cidade a 15 km do Rio).
Uma equipe de policiais da
Core (Coordenadora de Recursos Especiais) investigava o paradeiro de Nascimento, apontando para Búzios, onde ele foi
capturado bebendo sozinho em
um bar. Nascimento não estava
armado nem reagiu. À polícia,
disse não ser Paulo Padilha e
negou estar envolvido com a
contravenção.
Segundo seu depoimento,
Paulo Padilha era o apelido do
irmão dele, que foi assassinado
há alguns anos, por envolvimentos no jogo do bicho. Nenhum dos dois têm "Padilha"
no sobrenome, o que seria um
apelido herdado do padrinho
deles que também era policial.
O preso será mantido na carceragem do ponto zero, já que
tem ensino superior. A polícia
não soube informar quando ele
deixou de ser policial federal,
nem o motivo. No depoimento,
ele não deu detalhes sobre sua
saída da corporação.
A PM informou que monitora a situação na zona oeste da
cidade para evitar que haja
mais assassinatos na disputa
pelo controle da contravenção
na área, agora que os principais
líderes das quadrilhas rivais estão presos.
A PM disse ainda que continua procurando dois policiais
militares: o sargento reformado Rui Reis dos Santos Barros e
o soldado Aldecir Ladeira Serafim, que também tiveram a prisão decretada e são considerados foragidos da Justiça.
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