São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2007

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Vigia aprende a ler caligrafia antiga e torna-se pesquisador

DA REPORTAGEM LOCAL

"Todos os dias eu faço uma viagem no tempo". É assim que o pesquisador João Rachid Said, 51, resume o trabalho que desempenha há 15 anos no Arquivo Histórico Municipal.
É uma das raras pessoas do lugar que conseguem traduzir os "garranchos", como ele chama, dos escritos seculares. E tudo começou por acaso.
Said começou a trabalhar na prefeitura em 1982 como vigia. Dez anos depois, ao ver fechar o setor da prefeitura que trabalhava, foi convidado por amigos a migrar para o arquivo. "Era para carregar livros e caixas."
Por curiosidade, começou a pesquisar livros e a desvendar os "garranchos". Virou especialista no assunto e foi promovido a pesquisador.
Rachid diz que, para ele, o principal tesouro do arquivo são os 613 volumes, com 2 milhões de registro de sepultamento, de 16 cemitérios da cidade. Documentos de 1856 a 1941. "Tem horas que fico imaginando quantos choraram por aquelas pessoas. É um oceano."
Por esses documentos, explica ele, as pessoas podem montar sua árvore genealógica. A dele, diz ainda não ter tido tempo de fazer.
Mesmo promovido, Rachid não conseguiu mudar seu salário (menos de R$ 1.000). Oficialmente, continua registrado como "agente geral".


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