São Paulo, quarta-feira, 14 de outubro de 2009

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CARLOS ESTEVAM MARTINS (1934-2009)

Professor e mentor dos "educadores" do CPC

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao ouvir o educador Paulo Freire falar das ações do MCP (Movimento de Cultura Popular) em Recife, no início dos anos 60, Carlos Estevam Martins decidiu com os amigos que fariam parecido. Assim nasceu o CPC (Centro Popular de Cultura).
Numa salinha emprestada pela UNE (União Nacional dos Estudantes) no Rio, um grupo de jovens de classe média ligado às artes -teatro, música, cinema e literatura- começou a bolar uma iniciativa para fazer cultura voltada às classes populares.
Em entrevista a um projeto de resgate da memória do movimento estudantil, Carlos afirmou: "Nós achávamos que era nosso dever retransmitir o que a gente sabia".
Formado em filosofia, ele era o único do núcleo do CPC que não era artista; era o pensador, e percebeu que estavam ali não para fazer arte, mas educação, área a que se dedicou após o golpe militar dissolver as pretensões de sua geração -e o CPC.
Com a ditadura, saiu do país para fazer mestrado e doutorado em ciência política. Ao retornar ao Brasil, foi professor da Unicamp e da USP, onde se aposentou.
Estudou Estado e democracia, assunto de seus artigos e livros. Trabalhou ainda no Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e foi secretário da Educação e de Administração de SP em duas gestões do PMDB. Morreu na sexta, aos 75, de um câncer de estômago. Deixa viúva, três filhos e um artigo sobre pós-modernismo ainda não publicado. A missa de sétimo dia será amanhã, às 12h30, na igreja Nossa Senhora do Brasil, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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