FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Em um ano, o roubo a pedestres foi o crime que mais cresceu no Rio. Em outubro de 2000, foram registradas 1.934 ocorrências, um aumento de 47,18% em relação ao mesmo período do ano passado.
Dos 10 tipos de crime notificados pela Secretaria de Segurança, 7 cresceram em relação a outubro do ano passado, 2 tiveram redução e 1 se manteve estável.
Foi registrado também aumento das ocorrências de homicídios dolosos (19,68%), assaltos a residência (14,15%), roubos em coletivos (9,07%), assaltos a banco (21,42%), estupros (23,45%) e sequestros (de 0 para 1 ocorrência).
Diminuíram os roubos de veículos (-18,23%) e os latrocínios (-40%). Os furtos de veículos se mantiveram estáveis, segundo dados do "Diário Oficial" do Estado do Rio de ontem.
Para o subsecretário de Segurança, Lenine de Freitas, não houve aumento da violência, mas o aumento de alguns episódios do que se chama "criminalidade desorganizada", como roubos a pedestres e em coletivos.
Isso seria, segundo ele, o resultado de ocupações policiais em 18 áreas da cidade, coibindo o tráfico de drogas e obrigando as quadrilhas a agirem em outras áreas.
Na comparação com setembro de 2000, também houve aumento de vários índices de criminalidade. Os casos de homicídios subiram 12,86%; os furtos de veículos, 5,7%; os assaltos a residências, 17,27%; os roubos em coletivos, 14,07%; os estupros, 3,09%. Em setembro, não houve nenhum sequestro. Em outubro, um.
Caíram os casos de roubos de veículos (-2,83%) e latrocínios (-40%). Mantiveram-se estáveis os assaltos a banco e os roubos a pedestres, dois tipos de crimes que têm crescido este ano.
A metodologia para divulgação dos indicadores de criminalidade foi modificada pelo governo do Estado em agosto do ano passado, o que dificulta uma comparação entre períodos de 12 meses.
Na comparação dos períodos de agosto a outubro dos dois anos (1999 e 2000), houve crescimento dos seguintes tipos de crime: homicídios (4,05%), roubos a pedestres (56,94%), assaltos a residências (13,03%), roubos em coletivos (1,77%), estupros (12,72%).
Caíram os furtos de veículos (6,34%), os roubos de veículos (17,46%), os assaltos a banco (14%), os latrocínios (21,27%) e os sequestros (90%).
Os homicídios dolosos concentram-se em certas localidades e, embora haja um aumento dos números absolutos, vêm mantendo, na comparação dos índices por 100 mil habitantes, a tendência de queda iniciada em 1995.
Em outubro, por exemplo, 51,2% dos homicídios foram registrados em apenas 6 das 34 áreas integradas de segurança pública, criadas pelo governo para avaliar dados de criminalidade. A região com mais casos (98) reúne áreas da Baixada Fluminense como Nova Iguaçu, Belford Roxo e São João de Meriti.
Segundo dados da Secretaria de Segurança, a média de homicídios por 100 mil habitantes está em torno de 42,8 nos 10 meses deste ano -de janeiro a outubro de 1999, foi de 42,9 por 100 mil.
Nos 12 meses do ano passado, foi de 51,8, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde. Em 1995, chegava a 61,9.
Para o sociólogo Ignacio Cano, o crescimento dos homicídios no mês e em relação a outubro de 1999 é algo a ser acompanhado.
"Ainda é cedo, porém, para saber se isso é um episódio do mês ou algo que irá se manter", disse.


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