DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de 73 denúncias de fraude, encaminhadas por escrito ao Ministério Público, a eleição dos novos conselheiros tutelares da cidade de São Paulo foi anulada.
Os conselheiros tutelares são responsáveis por fiscalizar a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente nos bairros. Cabe a eles dar o primeiro atendimento aos menores vítimas de violência e também a infratores.
Entre os especialistas em infância, há um consenso de que o fortalecimento dos conselhos seria uma ferramenta para reduzir o envolvimento de menores no crime. Esse foi um dos motivos que fez com que a prefeita Marta Suplicy determinasse um aumento no salário dos novos conselheiros dos atuais R$ 470 para R$ 1.286.
As denúncias contra a eleição, atingiram, segundo os promotores, pelo menos 10% dos 1.754 candidatos que disputavam 170 vagas. "Os envolvidos em fraudes [como distribuição de cestas básicas e transporte ilegal de eleitores" não têm condições morais para ser conselheiro tutelar", diz o promotor da Infância e Juventude Motauri Ciocchetti de Souza.
A eleição foi domingo, mas as irregularidades vieram à tona anteontem, durante a apuração fiscalizada pelo Ministério Público.
Todos os paulistanos estão aptos a votar. Mas uma parcela pequena dos 7,5 milhões de eleitores participa do pleito. Este ano, votaram 200 mil paulistanos.Essa é uma das explicações para as fraudes: não havia nem envelopes de votação em quantidade suficiente. Outra "motivação" foi o aumento salarial. (GABRIELA ATHIAS)



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