São Paulo, quarta-feira, 14 de novembro de 2001

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LIXO

Lotes com menor exigência técnica tiveram maior números de empresas interessadas

Concorrência atrai 17 empreiteiras

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A apresentação de propostas para a concorrência do lixo em São Paulo demonstra que a maior disputa acontecerá nos lotes com menos exigências técnicas e, portanto, com menor valor de pagamento pelo serviço prestado. Ontem, 17 empreiteiras entregaram documentação na Secretaria de Serviços e Obras (SSO) para participar da licitação.
A expectativa é concluir a concorrência até o fim do ano. A última licitação para o setor aconteceu em 95, na gestão de Paulo Maluf. Atualmente, a prefeitura mantém contratos de emergência com seis empreiteiras.
A Folha apurou que o lote mais disputado é o cinco, que inclui as administrações regionais de Vila Mariana e Jabaquara. No total, nove empreiteiras se candidataram a disputar esse grupo. A concentração de concorrentes nesse agrupamento se deve à disponibilidade de equipamentos. O edital exige a comprovação de um recolhimento mensal de 10.061 toneladas de lixo, o que significa um recolhimento inferior a cidades como Osasco (12.800 toneladas) e Ribeirão Preto (12.500 toneladas).
Além disso, o capital social exigido é o menor entre os nove lotes: R$ 1,4 milhão. Atualmente, a prefeitura paga uma média de R$ 1,4 milhão mensal pelo serviço executado nesse grupo.
De acordo com o edital, as empresas podem se candidatar a todos os nove lotes, mas ganharão, no máximo, dois.

Disputa
Outros lotes que atraíram muitos concorrentes são o dois, o oito e o nove. Cada um deles será disputado por oito empreiteiras. O lote dois é o menor entre os nove disputados, assim como a exigência de comprovação de varrição também é a menor. Para participar desse agrupamento, a empreiteira tem de comprovar a varrição de 4.952 quilômetros mensais.
Os lotes mais rentáveis, como o um, três, quatro e seis, terão poucos concorrentes. O lote um (Sé e Lapa), cujo pagamento mensal é de cerca de R$ 5 milhões, será disputado pela Marquise, Enterpa, Vega e SPL. As três primeiras já trabalham para a prefeitura.
Para participar desse agrupamento, as empreiteiras têm de comprovar, por exemplo, uma varrição de 25.935 quilômetros por mês e um recolhimento mensal de 18.920 toneladas de lixo.
O lote três, ao qual pertencem as regionais de Campo Limpo, Santo Amaro, Cidade Ademar e Capela do Socorro, será disputado pelas mesmas empresas do lote anterior, exceto a SPL. O grupo tem a maior exigência para coleta de lixo entre os disputados: 31.018 toneladas por mês. Mensalmente, a prefeitura paga pelo serviço nessa região cerca de R$ 4,5 milhões. A Vega e a Enterpa são as empreiteiras que concorrem a mais lotes. Cada uma delas apresentou proposta para oito agrupamentos.


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