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Após sobreviver a 7 tiros, mulher ainda teme ex
Ex-companheiro deu 6 tiros na cabeça dela e está foragido; "sobrevive por milagre", diz dona-de-casa
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO
HORIZONTE
Atingida na última sexta-feira por sete tiros, sendo seis na
cabeça, a dona-de-casa Patrícia
Pereira Gonçalves, 21, segue
normalmente sua rotina em
Montes Claros (norte de Minas
Gerais), porém agora mais "religiosa" e temerosa de que o ex-companheiro, que está foragido, possa tentar matá-la outra
vez. Ela atribuiu o que lhe ocorreu a um milagre.
"Eu serei mais religiosa. Foi
um milagre o que aconteceu comigo. Sobrevivi graças a Deus",
disse ela, que andava e falava
normalmente ao deixar o hospital na noite de sexta-feira,
apesar de carregar quatro projéteis na cabeça, alojados entre
o couro cabeludo e o crânio, e
um na mão esquerda.
Gonçalves foi alvejada durante a luta que travou com o
seu ex-companheiro, o motorista José Ferreira Bastos, 48,
de quem está separada desde
setembro e com quem tem uma
filha de 11 meses.
Inconformado com a separação, ele invadiu a casa e tentou
matá-la. Primeiro, atacou-a
com uma faca, depois resolveu
baleá-la. Descarregou a arma,
um revólver calibre 32, e o carregou novamente.
O neurologista Adriano Teixeira disse que nenhum dos
seis tiros causou lesão neurológica na dona-de-casa porque
não houve penetração intracraniana. "As balas bateram na cabeça e ficaram incrustadas no
crânio", disse ele, que não vê
necessidade de Gonçalves retirar os quatro projéteis que continuam alojados em sua cabeça.
Balas com defeito
Segundo o neurologista, pelas radiografias feitas, não parece que o crânio dela seja mais
duro do que o normal.
Diante disso, ele supõe que as
balas do revólver é que possam
estar com problemas. Essa tese,
de acordo com o médico, pode
ser considerada também pelo
fato de não ter ocorrido lesão
cerebral com o impacto. "Lesão
cerebral pode ocorrer até pelo
choque, independentemente
de penetração. Mas nem isso
teve. Ela chegou lúcida ao hospital", explicou o médico.
O delegado Geovani Andrade
disse que os peritos que analisam o caso afirmaram que os
projéteis da arma não são velhos, mas uma hipótese levantada por eles para o que ocorreu
é que as balas podem ter sido
guardadas pelo motorista de
modo inadequado, em local
úmido. Isso fez com que perdessem a eficiência.
Segundo ele, um advogado do
motorista disse que Bastos deverá se apresentar à polícia nos
próximos dias. O advogado disse que Bastos também estaria
ferido na cabeça. Isso teria
acontecido porque ele teria
tentado se matar, após agredir
Gonçalves. A bala que o atingiu
também teria falhado.
Essa versão, segundo o delegado, só poderá ser confirmada
quando Bastos se apresentar.
Gonçalves deve retirar o projétil que está alojado em sua mão
na sexta-feira.
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