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Relatório citou "intensa movimentação de terra"
Dado está em documento sobre fiscalização, feita em março, no local do acidente
Grupo da Secretaria Estadual do Meio Ambiente que acompanha empreendimento constatou também "intensa precipitação pluviométrica"
DA REPORTAGEM LOCAL
No trecho da obra do Rodoanel onde houve a queda de vigas
na noite de ontem, já foi constatada "intensa movimentação
de terra" e "intensa precipitação pluviométrica" neste ano.
A informação foi levantada
pelo grupo de acompanhamento e fiscalização do empreendimento ligado à Secretaria de
Estado do Meio Ambiente.
Ela consta do último relatório de vistoria ambiental disponibilizado pela pasta especificamente do lote 5 do trecho sul.
As constatações se referem a
uma fiscalização realizada ainda no primeiro semestre. Mas,
nos últimos dois meses, a própria Dersa (estatal paulista responsável pelo empreendimento), questionada pela Folha sobre impactos ambientais, também citava entre as justificativas a intensidade de chuva.
Esse tipo de situação (temporal em excesso e movimentação de terra) frequentemente
é citado por construtoras como
fatores no mínimo contribuintes para acidentes em obras.
O exemplo mais emblemático ocorreu na abertura da cratera na estação Pinheiros da linha 4-amarela do Metrô paulista, em janeiro de 2007.
Mas especialistas costumam
citar que ocorrências desse tipo ligadas à natureza dificilmente são suficientes para justificar, sozinhas, acidentes de
engenharia. Geralmente há vários fatores contribuintes.
O relatório de vistoria ambiental realizado no final de
março também registrou em
alguns pontos um "desempenho insatisfatório ou inexistente" de dispositivos de retenção de sedimentos. Na proximidade da intersecção com a
rodovia Régis Bittencourt, local do acidente de ontem, a fiscalização cita a "evidência de
carreamento de sedimentos".
Exigências ambientais
O foco desse tipo de questionamento do grupo de acompanhamento do trecho sul do Rodoanel é ambiental -para verificar se as exigências ambientais condicionantes do licenciamento da obra estão sendo
atendidas.
Por exemplo, devido ao risco
de as regiões lindeiras serem
afetadas por um escoamento de
água ou mesmo por um deslizamento de terra.
Por outro lado, esse tipo de
ocorrência pode favorecer algum rompimento em estruturas -embora, até a conclusão
desta edição, não houvesse nenhum detalhamento do acidente suficiente para apontar
se esses fatores podem ou não
ter sido contribuintes.
O grupo de acompanhamento ambiental do Rodoanel tem
a participação de técnicos do
Daia (Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental), do
DEPRN (Departamento Estadual de Proteção dos Recursos
Naturais) e do DUSM (Departamento de Uso do Solo Metropolitano).
(ALENCAR IZIDORO)
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