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Obra causará transtornos durante alta temporada
Por dois anos, haverá movimentação de terra, emissão de gases e odor, geração de ruído e suspensão de poeira
Câmara Municipal de Campos do Jordão vai debater no dia 23 os impactos do novo sistema de esgoto
DO ENVIADO A CAMPOS DO JORDÃO
Apesar de a construção de
um sistema de tratamento de
esgoto ser considerada uma
necessidade histórica da cidade, a discussão sobre o
projeto do governo paulista
não deve ser tão tranquila no
dia 23, na Câmara local.
Um dos problemas é a duração das obras -720 dias,
inclusive na temporada- e a
quantidade de impactos que
ela deve provocar no cotidiano de moradores e turistas.
Um deles será a chegada
de cerca de 600 operários envolvidos na construção, entre outros, de um sistema de
emissários de 5,3 km, que vai
cortar a cidade, e da própria
estação de tratamento.
Como a legislação municipal veta a construção de alojamentos operários, os trabalhadores terão de ser abrigados em casas alugadas.
Durante dois anos, a ação
dos operários vai provocar,
segundo o EIA-Rima (estudo
de impacto ambiental), intensa movimentação de terra, emissão de gases e odor,
geração de ruído, suspensão
de poeira e perturbações no
trânsito -que na temporada
já é extremamente caótico.
"Os transtornos podem
ocorrer, mas acredito que
eles serão em nosso benefício
porque, para o bem comum,
o mais importante é a finalização da estação", afirma o
secretário municipal de Meio
Ambiente, Cláudio Sirim.
RESISTÊNCIA
Talvez os impactos da execução das obras nem sejam
os principais obstáculos ao
projeto. A resistência de moradores da região onde será
construída a estação talvez
reedite o revés enfrentado
pelo poder público em 1995.
Naquele ano, a mobilização de moradores da Lagoinha enterrou um projeto que
já tinha terreno e licença ambiental emitida -a área está
até hoje em nome da Sabesp.
A estação de tratamento
ocupará uma área equivalente a 60 campos de futebol no
caminho do Horto Florestal
e, embora esteja a 5 km da cidade, estará em área considerada de expansão urbana
pelo plano diretor local.
No entorno da futura estação há condomínios residenciais de alto padrão como o
Residencial Florestal Club, o
Florestal Gaje, o Granville e a
Colônia de Férias Israelita.
"Pode haver reclamações
de algumas pessoas que vivem nas proximidades, que
são turistas", reconhece Sirim. "Quanto à localização,
posso dizer que foram feitos
vários estudos, foi um EIA-Rima bem completo e acredito que a gente tenha possibilidade de, enfim, concretizar
o sonho da estação."
(JOSÉ BENEDITO DA SILVA)
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