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Enem cresce em custo e erros, mas recebe apoio
Exame custa hoje três vezes mais que antes de virar vestibular, em 2009
Representantes de escolas e educadores afirmam que ganhos com exame são maiores do que problemas
FÁBIO TAKAHASHI
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO
Um exame que passou a
servir como vestibular nacional, com 4,6 milhões de inscritos, e visa melhorar o ensino médio do país. Mas que
também enfrenta problemas
de aplicação e custa três vezes mais que há dois anos.
Considerados os prós e os
contras do novo Enem, o exame deve continuar, afirmam
à Folha educadores, dirigentes e representantes de escolas e universidades. Todos,
porém, cobram mudanças.
OBJETIVOS
Um dos objetivos mais elogiados é a tentativa de induzir o currículo das escolas a
seguir o padrão do exame,
que privilegia mais o raciocínio que o aprofundamento
de matérias. Isso é factível
porque o Enem ganhou mais
peso ao virar um vestibular
-e ficar mais importante para as escolas.
A mudança começou em
2009. Em 2010, a prova seleciona 83 mil calouros para as
universidades federais.
Junto com a expansão,
veio o aumento de custos. O
gasto com o exame passou de
R$ 65 milhões para R$ 178
milhões, mais que o MEC
destina a entidades de educação especial.
Veio também uma série de
problemas operacionais, como o vazamento da prova do
ano passado e agora erros de
impressão e falhas nas instruções de fiscais.
APOIO COM RESSALVAS
"Precisamos de debate.
Não contra o exame, mas para aperfeiçoá-lo", diz o presidente em exercício da Andifes (entidade dos reitores das
federais), João Luiz Martins.
"As mudanças no Enem
são positivas, mas foram feitas de forma muito abrupta",
afirma Tufi Machado Soares,
um dos maiores especialistas
em avaliação e pesquisador
da federal de Juiz de Fora.
Ele defende os gastos, pois
"os objetivos são nobres".
Para Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do
Inep (órgão do MEC responsável pelo exame) na gestão
FHC, "uma prova que exige
Exército, Correios e milhares
de fiscais no mesmo dia não
tem como dar certo".
Ela defende a manutenção
do exame, mas com aplicação em diversos dias, o que
diminuiria a estrutura de segurança necessária.
Sobre o aumento dos custos, ela afirma: "Vale a pena,
desde que o exame seja eficaz. Por enquanto, tem havido muitos problemas".
Manifestaram apoio ao
Enem UNE (União Nacional
dos Estudantes), Consed (entidade dos secretários estaduais de Educação), Sieeesp
(sindicato de escolas privadas de SP) e ONU (Organização das Nações Unidas).
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