São Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010

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Aplicação de mais de uma prova por ano é alternativa

Medida dispensa elevada estrutura de segurança concentrada num só dia

Outras soluções são o Enem on-line e provas aplicadas regionalmente pelas universidades federais

DE SÃO PAULO

Provas on-line, descentralizadas ou aplicadas mais de uma vez ao ano estão entre as alternativas ao modelo atual do Enem, afirmam reitores e analistas de educação.
Para o ministro Fernando Haddad (Educação), a melhor maneira de evitar novos problemas no exame é a realização de várias edições da prova ao ano -o que evitaria a necessidade de se montar uma grande estrutura de segurança para um único dia.
A ideia inicial era que já houvesse dois exames neste ano, mas o plano foi abortado devido à fraude no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) -aplicado pela Cespe, que também aplicou o Enem.
"Antes do término do inquérito da Polícia Federal, nós não sentimos segurança para abrir as inscrições para a prova", disse anteontem.
Para Olinda Assmar, reitora da Ufac (federal do Acre), as federais têm de estar ao lado do Ministério da Educação na execução da prova -assim, afirma, aproveita-se a experiência das instituições na operacionalização de processos seletivos.
"É preciso envolver mais as instituições federais. Aí, talvez, todas as universidades passem a adotar [integralmente] o Enem."
A execução da prova neste ano cabe ao consórcio Cespe/Cesgranrio, contratado por R$ 128 milhões.
Aplicar o Enem em dias diferentes segundo as regiões do país evitaria o transtorno de comprometer toda a prova em razão de um problema pontual, diz João Luiz Martins, reitor da Ufop (Ouro Preto) e presidente em exercício da Andifes (associação dos reitores das federais).
A TRI (Teoria de Resposta ao Item), pela qual as questões do exame são concebidas, permite criar provas de dificuldade equivalente com perguntas distintas. As provas, desse modo, não precisariam ser no mesmo dia.
A prova on-line, outra alternativa, elevaria a segurança do exame, pois envolveria um contingente menor para executá-lo e não seria necessário enviar milhões de provas para todo o país. A desvantagem é a necessidade de investir alto em sistemas.
"[O Enem como está hoje] É uma proposta audaciosa, difícil de ser implementada porque está apoiada no velho papel como suporte", diz Gabriel Mario Rodrigues, presidente da Abmes (Associação Brasileira dos Mantenedores de Ensino Superior).
"Quando o meio eletrônico for utilizado, os resultados serão outros e com muito mais condições de êxito", afirma. (FT e RG)


Colaboraram RENATA BAPTISTA e RAPHAEL MARCHIORI


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