São Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

"Espaço VIP é onde ficam os desprezíveis", diz rei da noite

Empresário Ricardo Amaral lança autobiografia e comenta baladas atuais

Livro de quase 500 páginas está recheado de relatos sobre noites do jet set no Rio, em São Paulo, Paris e Nova York

JAMES CIMINO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O empresário Ricardo Amaral é conhecido como "rei da noite carioca", mas o título que lhe caberia melhor seria o de "rei da noite" apenas, já que conduziu boates, restaurantes, bares, camarotes, discotecas e hotéis não só no Rio, mas também em São Paulo, Paris e Nova York.
Amigo e conhecido de políticos, atores, cantores e celebridades, acaba de lançar sua autobiografia, "Ricardo Amaral apresenta "vaudeville'" (Ed. Leya, 488 págs.) A obra está recheada de relatos detalhados sobre o jet set nacional e internacional.
Na sexta-feira passada, ele recebeu a Folha em seu escritório no Jardim Botânico, onde contou como batizou a Jovem Guarda e comentou a banalização do termo VIP.
Leia a entrevista:

 

Folha - Você começa o livro narrando a história do colunismo social no Brasil, onde você começou a carreira e o qual considera único...
Ricardo Amaral -
Esse tipo de coluna social, com notinhas de bastidores e fofocas, que começou em 1944 com o Manuel Bernardes Müller, deu origem ao colunismo que se faz hoje no Brasil. Você não tem uma Monica Bergamo no "New York Times" ou o Ancelmo Gois no "Figaro", que narram não mais os bastidores da vida social, mas os bastidores da política, da economia, da cultura.

Quando você começou?
Aos 16 anos, escrevendo uma coluna para o jornal "Shopping News", em São Paulo, chamada "Gente Jovem". Cheguei lá, me apresentei e disse que queria fazer. Era fascinado por esse universo. O diretor da revista "Manchete" em São Paulo era um jornalista chamado Walter Bozzano e fizemos juntos uma reportagem chamada "Os Grandes Baús de São Paulo", sobre as moças ricas que chamavam a atenção dos pretendes pela fortuna que tinham.

E o que aconteceu?
Uma coisa muito simples: ele foi mandado embora da "Manchete" e eu, do "Shopping News". Os pais ficaram com ódio e eram muito influentes (risos). Só que um fotógrafo acabou me levando para o jornal "Última Hora", onde eu mudei o nome da coluna para "Jovem Guarda".

O nome era por causa do movimento musical?
Não. Eu dei o nome ao movimento. Quando o diretor da TV Record me pediu que cedesse o nome para um programa em que ia apresentar uns cantores muito simpáticos do Rio e um rapaz do Espírito Santo [Roberto Carlos].

Hoje em dia tem pista VIP, área VIP, lista VIP. Em clubes gays, diz-se que VIP significa "veado impossibilitado de pagar". O que é VIP hoje?
O termo se banalizou de tal maneira que, quando chego a um lugar e vejo a área VIP, já penso que é o pior lugar do clube. É onde estão as pessoas mais desprezíveis.


Texto Anterior: Vestibular: Unesp inaugura hoje série de provas para vaga em universidades paulistas
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.