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EDUCAÇÃO
Ampliação de horas é rejeitada em votação; Apeoesp quer mais prazo
Escolas estaduais decidem manter o mesmo currículo
DA REPORTAGEM LOCAL
O currículo das escolas estaduais de São Paulo vai ficar como
está. A Secretaria estadual da
Educação divulgou ontem o resultado de uma votação feita nas
escolas públicas sobre a grade escolar no ano que vem.
A maioria preferiu manter o
modelo atual. Segundo os dados,
47% dos votos do ensino fundamental e do médio diurnos apoiaram a continuidade. A eleição foi
pela internet. O Estado tem 6.100
escolas, mas só votaram 2.249.
Uma das propostas derrotadas
previa a inclusão de aulas de filosofia para alunos do ensino médio. Outra permitia às escolas liberdade para compor o currículo,
inclusive com aumento de uma
hora de aula por dia. Essa idéia foi
a segunda mais cotada, com 38%
dos votos do ensino médio, no período diurno.
A decisão, que vale para o ensino fundamental e para o médio,
foi tomada pelos conselhos de escolas -órgãos formados por
professores, alunos, pais e direção, representados igualmente.
Opções
No ensino fundamental, havia
três opções: manter o currículo
como está; redistribuir aulas, aumentando a carga horária de matérias de ciências humanas; fazer a
redistribuição aumentando a carga de matérias de ciências naturais e matemática.
Para o ensino médio, eram quatro caminhos: manter o currículo;
acrescentar filosofia e aumentar a
carga de português; manter o 1º
ano como está, e deixar que cada
escola escolhesse como distribuir
as aulas no 2º e no 3º ano; elaborar
outro modelo de grade curricular,
de acordo com as sugestões de cada escola.
O secretário da Educação, Gabriel Chalita, disse, por meio de
nota, que o processo representa a
"democratização" do setor.
"Os profissionais da educação
sempre se queixaram de que nunca eram ouvidos. Vamos mudar
isso. A secretaria está abrindo um
canal de comunicação."
As escolas também apontaram
sugestões para o calendário 2003,
como inclusão de programas esportivos, concurso literário para
alunos, gincanas de solidariedade
e discussões sobre sexualidade,
violência e drogas.
Falta de informação
O presidente da Apeoesp (sindicado dos professores), Carlos Ramiro de Castro, reclamou que a
possibilidade de aumentar a carga
horária para incluir novas disciplinas como filosofia, sem excluir
matérias básicas, não ficou clara
para os docentes a tempo.
Segundo ele, o informe original
da secretaria enviado às escolas
não esclarecia que poderia haver
aumento de carga horária. "Só
soubemos disso no dia 11 (quarta-feira), quando foram publicadas
entrevistas do secretário."
A assessoria de imprensa da Secretaria da Educação informou
que a proposta completa foi publicada no "Diário Oficial" do Estado e divulgada para todas as escolas por e-mail nos dias 4 e 5.
Castro disse que pretende tentar
uma audiência na segunda-feira
com o secretário Chalita para pedir que a votação seja refeita.
"Precisamos de mais tempo para
discutir as propostas nas escolas."
Garantir qualidade
O diretor de Assuntos Sindicais
da Udemo (sindicato dos diretores), Volmer Aureo Pianca, afirmou que, independentemente do
modelo escolhido, "a preocupação deve ser com a qualidade do
ensino".
"Se vamos ter duas aulas de história em vez de quatro, o importante é que as duas sejam bem dadas", afirma. Segundo ele, as escolas precisam de estrutura física
adequada, de modo que o modelo
pedagógico adotado funcione.
"Agora as escolas devem planejar 2003 para que os projetos escolhidos sejam bem desenvolvidos."
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