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Promotoria cobra explicações de empresas aéreas
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Promotoria do Consumidor de São Paulo decidiu convocar as empresas aéreas para
que elas expliquem o atendimento dado aos passageiros
durante o caos nos aeroportos
brasileiros. A promotora Adriana Borghi Fernandes Monteiro
instaurou inquérito civil a fim
de investigar o comportamento
das companhias em meio à crise no setor.
Nove empresas e dois sindicatos foram chamados para
participar de uma audiência no
próximo dia 20. TAM, Gol, Varig, OceanAir e BRA fazem parte da lista.
O Snea (Sindicato Nacional
das Empresas Aeroviárias) e a
Junta dos Representantes das
Companhias Aéreas Internacionais no Brasil também deverão prestar esclarecimentos.
Segundo a promotora Débora Pierri, o inquérito pretende
apurar o descumprimento por
parte das companhias do dever
de informar o passageiro e o
prejuízo decorrente da falta de
cuidado das companhias.
Vícios
"O controle do sistema de
transporte aéreo no país é afeto
à Aeronáutica, e, conseqüentemente, à União, sendo sua responsabilização de atribuição do
Ministério Público Federal.
Contudo, não é menos notório,
as empresas aéreas respondem
solidariamente pelos vícios de
qualidade do serviço, pois lhes
cabem, notadamente, os deveres de informação, de cuidado e
de proteção ao consumidor",
afirma o inquérito.
As companhias alegam que
não são responsáveis pela situação. As estimativas preliminares do sindicato das empresas aéreas apontavam custos da
ordem de R$ 4 milhões por dia
com gastos adicionais de combustível, acomodação e alimentação de passageiros, entre outros. De acordo com Débora
Pierri, "os danos causados aos
passageiros são incalculáveis
porque não há sindicato para
contabilizar o prejuízo".
Ação civil
Se não houver entendimento, poderá haver uma ação civil
pública contra as empresas.
Conforme a promotora que
instaurou o inquérito, "o tratamento indigno dispensado aos
passageiros causou, além da
perda de viagens e compromissos, a exposição a situações humilhantes e desumanas".
Segundo a TAM, a companhia reforçou o atendimento
nos aeroportos e tem feito o
máximo para se comunicar melhor com os passageiros.
Varig, Gol e OceanAir evitaram comentar o episódio antes
da notificação.
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