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Projeto eleva salário de secretário em 90%
Proposta, pedida por José Serra, sobe de R$ 6.262,53, para R$ 11.885,40 os vencimentos da equipe montada pelo tucano
Não será reajustado o valor recebido pelo governador eleito; objetivo é pagar o condizente com a função, diz Aloysio Nunes Ferreira
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
CÁTIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Mesa Diretora da Assembléia Legislativa apresentou
projeto que eleva em 89,78% os
salários dos secretários do governador eleito de São Paulo,
José Serra (PSDB). Se o plenário aprovar a proposta, o vencimento de um secretário irá de
R$ 6.262,53, para R$ 11.885,40.
O projeto, assinado pelos três
membros da Mesa, o presidente da Assembléia, Rodrigo Garcia (PFL), Fausto Figueira (PT)
e Geraldo Vinholi (PDT), precisa ser aprovado neste ano para
vigorar em 2007. A medida
também congela o salário de
Serra e de Alberto Goldman
(PSDB), vice-governador eleito, que receberão R$ 14.850 e
R$ 14.110, respectivamente.
O reajuste atende aos interesses de Serra, que vinha encontrando dificuldades para
montar seu secretariado em razão dos baixos salários, principalmente ao convidar administradores da iniciativa privada.
A proposta foi feita a pedido
do tucano, segundo Aloysio
Nunes Ferreira, futuro titular
da Casa Civil, para equiparar o
vencimento do secretário ao de
um deputado estadual e condizer com a responsabilidade.
Uma das saídas usadas por
Serra foi manter o futuro secretário de Comunicação, Hubert
Alquéres, na presidência da
Imesp (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo). Com isso,
ele mantém o salário da Imesp,
mais alto que o de secretário.
A Folha procurou o presidente da Assembléia, mas a assessoria de Garcia afirmou que
ele estava em uma reunião.
Sem oposição
O projeto será aprovado, segundo a Folha apurou, já que
não deve sofrer resistências
nem mesmo do PT, principal
partido de oposição a Serra, segundo o líder da bancada na
Assembléia, Jilmar Tatto.
Para o petista, aumentar os
salários é uma forma de evitar
"arranjos" dentro da estrutura
do governo para compatibilizar
os ganhos dos secretários aos
que receberiam na iniciativa
privada. "A princípio sou favorável, porque não temos de ficar nessa hipocrisia de fazer arranjos para complementar os
salários no poder público."
Tatto fazia referência às nomeações de secretários e integrantes dos primeiros escalões
do governo para os conselhos
de empresas públicas, casos em
que recebem jetons.
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