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Dinheiro do crime de Bragança é localizado
Polícia localizou R$ 18 mil na casa de um dos acusados de incendiar um carro com 4 pessoas dentro, matando 3 da mesma família
Para delegado que investiga o caso, os dois suspeitos, já presos, premeditaram o crime; única sobrevivente continua em estado grave
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRAGANÇA PAULISTA
A Polícia Civil de Bragança
Paulista (83 km de SP) localizou na tarde de ontem R$ 18
mil em dinheiro e cheques escondidos no forro da casa de
um dos acusados de amordaçar, amarrar e queimar quatro
pessoas no domingo na cidade
-entre elas uma criança de cinco anos. Foi o próprio acusado,
o eletricista Luiz Fernando Pereira, 38, que indicou o local.
Ontem, a polícia confirmou
que os acusados -Pereira e o
soldador Joabe Severino Ribeiro, 36- premeditaram o crime.
O dinheiro foi roubado da loja de tecidos do casal morto, a
comerciante Eliana Faria da
Silva, 32, e o mecânico Leandro
Donizete de Oliveira, 31. O filho
deles também não resistiu aos
ferimentos e morreu. A estimativa inicial era que R$ 20 mil tivessem sido roubados.
A polícia disse considerar o
caso solucionado. Os acusados
foram transferidos para um
presídio do interior de São Paulo, cujo nome não foi divulgado
por "motivo de segurança".
O delegado seccional Paulo
Tucci disse que a dupla confessou o crime "com detalhes".
"Não demonstraram qualquer
arrependimento. O fato de terem levado combustível [solvente] e cordas ao assalto demonstra que premeditavam o
latrocínio [roubo seguido de
morte]."
Família
O casal Eliana e Leandro
morreu carbonizado no domingo, dentro do carro da família.
O filho do casal, Vinícius Faria
de Oliveira, 5, morreu na manhã de anteontem após ter 90%
do corpo queimado.
A única sobrevivente do crime, Luciana Michele Dorta, 27,
continua internada em estado
grave na ala de tratamento intensivo de queimados da Santa
Casa de Limeira (SP). Seu quadro clínico, apesar de grave, é
estável. Sua recuperação pode
durar até quatro meses.
A sogra e o cunhado de Luciana disseram ontem que Pereira
esteve no velório de Eliana e de
Leandro na segunda-feira e
perguntou na ocasião sobre o
paradeiro de Luciana.
Leni e Pablo Dorta afirmaram que o marido de Luciana,
Fábio Dorta, 28, já pensa em
deixar Bragança Paulista por
medo de reações de pessoas ligadas aos assassinos.
O cunhado de Luciana disse
ainda que Fábio chegou a conversar com Pereira na delegacia
um dia após o crime, sem saber
que falava com um dos acusados. "O Luiz Fernando [Pereira] foi à delegacia como testemunha de Joabe [Ribeiro]. Lá,
o Fábio conversou com ele."
Para a polícia, Pereira foi o
mentor do crime, pois trabalhava na loja havia dez anos.
Luciana trabalhava havia
cinco anos como gerente de
caixa da loja da amiga Eliana.
Ficava com a chave do cofre de
onde foram roubados R$ 18 mil.
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