RANIER BRAGON
da Agência Folha, em BH

O ex-ator Guilherme de Pádua, 30, já está cumprindo uma das exigências de sua liberdade condicional: a de arrumar ou provar que está à procura de emprego. Ele trabalha desde o dia 1º de dezembro como auxiliar de informática em Belo Horizonte, recebendo R$ 164 por mês.
Pádua foi condenado em 1997 a 19 anos de prisão pela morte da atriz Daniella Perez, ocorrida em dezembro de 1992. Na época do crime, o ex-ator fazia par romântico com ela na novela da Rede Globo "De Corpo e Alma", escrita pela mãe da atriz, Glória Perez.
Por ter cumprido mais de um terço da pena e ter apresentado bom comportamento, Pádua obteve liberdade condicional do presídio Ary Franco (zona norte do Rio de Janeiro) há três meses. Desde então ele mora em Belo Horizonte, onde está sua família.
Pádua trabalha em casa, fazendo fluxogramas (representação gráfica de uma sequência de operações) para a empresa "Integrar Tecnologia de Gestão", de uma amiga da família, Cláudia Mendonça Castro.
O contrato de trabalho, feito em caráter de experiência, vence hoje, mas será prorrogado por tempo indeterminado. "O trabalho dele é feito com muito empenho e o resultado está bom para mim", afirma Cláudia. Ela disse que aceitou imediatamente o pedido da família de Pádua para que ela empregasse o ex-ator. "Sou muito amiga da família e tem uma sobrinha dele que é uma pessoa que eu gosto muito. A menina sofreu demais com essa história e, no que eu puder, vou poupar seu sofrimento."
Nos horários do descanso o ex-ator tem frequentado casas da família e de amigos.
Pádua manteve seu primeiro contato com computadores fazendo trabalhos de digitação enquanto estava preso no Rio. O ex-ator já recebeu outras ofertas de emprego em Belo Horizonte.
A Agência Folha apurou que Pádua está trabalhando até tarde em dias de muito serviço. O ex-ator também está estudando outras ramificações da informática, como montagem de páginas para Internet. Pádua trabalha em um computador e impressora emprestados pela irmã. Sua meta é um dia deixar de ser empregado, montando uma empresa.
A Agência Folha também apurou que Pádua conversa regularmente com a ex-mulher, Paula Thomaz, também condenada pelo assassinato da atriz Daniella Perez, para ter informações sobre o filho do casal.
Além de estar trabalhando ou à procura de emprego, são exigências da liberdade condicional de Pádua se apresentar à Justiça pelo menos uma vez a cada três meses, não frequentar bares ou similares e estar em casa até as 23h.


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