DA SUCURSAL DO RIO

Com a prisão dos namorados traficantes, muitas meninas acabam entrando para o comércio de drogas para substituí-los nos morros e nas favelas.
"Quando eu fui preso pela primeira vez, no ano passado, minha namorada assumiu o meu lugar no comando -referência à facção criminosa Comando Vermelho- porque ela não tinha mais ninguém para sustentá-la", contou V., 17, interno da instituição para meninos infratores CAI (Centro de Atividades Intensivas) Baixada, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Como ele, outros menores também dizem ter sido substituídos pelas namoradas. Os motivos são diversos: o fascínio exercido pelo poder do tráfico sobre as adolescentes, a necessidade de sustento e a brecha para ocupar postos exclusivamente masculinos.
V. está preso há um ano e três meses por tráfico de drogas. É a sua terceira internação. O menino, que canta rap pelos corredores dos alojamentos, vestindo bermuda, camiseta e chinelo -uniforme dos internos-, morava com a mãe até entrar para o tráfico.
Após sair de casa, comprou uma pistola e começou a vender drogas. Foi denunciado por um X-9 (informante) e acabou sendo preso. Conta que, ao sair, matou o informante para que sua vida ficasse "mais tranquila". (FE E SP)



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