São Paulo, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Exame de DNA descarta troca de bebê em hospital

Casal negro levantou suspeita de que Gabriel, branco de olhos azuis, não fosse seu

Exame comprovou que a criança de dois meses é filha de Alexsandra Oliveira, mas não confirmou a paternidade do marido dela


ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO

A cozinheira Alexsandra Santos de Oliveira, 34, recebeu ontem o resultado do teste de DNA do filho Gabriel, de dois meses. Segundo ela, o exame comprova que é mesmo a mãe do garoto, descartando, portanto, a hipótese de troca de bebês.
A paternidade, porém, não foi confirmada por esse teste, de acordo com Alexsandra. A cozinheira nega que a criança não seja do seu marido, Alexandre Assunção Maciel, 34, e diz que vai pedir um exame mais detalhado.
O caso ganhou repercussão nacional porque, embora ela e o marido sejam negros, o bebê nasceu branco, com cabelos lisos e olhos azuis. A família suspeitava de troca no hospital.
O resultado será anunciado oficialmente hoje em uma entrevista coletiva do diretor do Hospital Estadual Azevedo Lima, José Luiz Medeiros.
A cozinheira afirma que o exame era só para comprovar a maternidade e descartar se houve troca de bebês na maternidade. "Vamos solicitar outro teste para ter uma contraprova mais detalhada. Quem está dizendo isso [que Maciel não é o pai] está só querendo prejudicar nossa imagem."
A irmã de Maciel, Mônica Assunção Maciel, 32, disse que a família ficou revoltada ao saber do resultado do exame. Ela se disse indignada com a disposição de Maciel de assumir a paternidade de Gabriel, mesmo se ele for filho de outro homem.
"Ele ligou para a minha mãe dizendo que vai assumir a criança. Se ele aceitar o filho de um outro homem, não me peça ajuda para criar", diz.
A cozinheira deu à luz Gabriel no dia 3 de novembro. Desde então, o casal passou a conviver com os comentários dos vizinhos sugerindo que Maciel não era o verdadeiro pai. Alexsandra tem seis filhos, todos negros. Ela sustentava que acreditava numa troca de bebês ou num "dedinho da genética", já que diz ter uma sobrinha, um tio e um bisavô de olhos claros. O marido diz ter só parentes negros.
Quando o caso veio à tona, o diretor do hospital afirmou não acreditar na hipótese de troca das crianças. Segundo ele, se tivesse ocorrido uma troca, um casal branco teria notado que estaria com um bebê negro.


Texto Anterior: Nelson Santos de Brito (1953-2009): Um defensor da cultura maranhense
Próximo Texto: Foco: Ibama apreende leoa criada por 12 anos em casa ao lado de creche no Rio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.