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OPINIÃO
Cárceres lotados
ERASMO DIAS
A segurança pública, "dever do
Estado, direito e responsabilidade
de todos", deve ser exercida por
um conjunto de órgãos, por meio
de um sistema policial-carcerário-judiciário-penitenciário, dentro de uma doutrina de segurança
e risco que deve alicerçar todo o
sistema. "Prevenir sempre é dever
de todos os cidadãos. Reprimir, se
necessário, de acordo com a capacidade e responsabilidade de cada
um, desde o cidadão comum ao
cidadão agente da lei."
Tudo a fim de "preservar a ordem pública, a vida e o patrimônio
dos cidadãos, constantemente
ameaçados, em particular pelas
ações criminosas de todo o tipo".
Qualquer tipo de análise de problemas referentes a "segurança
pública" deve ser feita dentro dos
parâmetros acima apontados, que
constituem o alicerce da "segurança pública". De todos os problemas, um deles continua a persistir, atingindo limites insuportáveis.
Trata-se do primeiro elo do sistema de segurança pública: o policial-carcerário. O governo atual
tem dado ênfase ao judiciário-penitenciário, como atesta o plano
em curso de penitenciárias.
Temos defendido há muito tempo uma solução alternativa, que
resolveria o estrangulamento do
sistema policial-carcerário, que
tem situação atual e real insustentável, com distritos policiais, delegacias e cadeias públicas superpopulosos, nos quais a promiscuidade, a ociosidade e a licenciosidade
geram problemas de toda a natureza. Rebeliões, motins, homicídios, depredações e fugas são os
resultados do inchaço desse sistema, que mistura custodiados e
apenados de todo o tipo, gerando
situações atentatórias a todos os
princípios cristãos e humanos.
A solução seria construir nos
grandes núcleos urbanos "centros prisionais", como os previstos para os regimes semi-abertos
de grande capacidade. Neles, responsáveis pelo recolhimento de
custodiados de todo tipo, que entopem as cadeias e delegacias, haveria segurança e laborterapia
ocupacional.
O maior problema dos custodiados, que gera a não-ressocialização do indivíduo, é o início do
processo penal nas cadeias e delegacias, que transformam primários em terciários logo nessa fase.
Esses "centros prisionais", localizados próximo aos órgãos da
polícia judiciária e mesmo ao Poder Judiciário, responsáveis pelos
processos e cumprimento das penas, atenderiam até à reivindicação de manter os detentos próximos às suas famílias.
Erasmo Dias, 74, coronel do Exército, é deputado estadual pelo PPB e líder do partido na Assembléia Legislativa de São Paulo. Foi secretário
da Segurança Pública do Estado de São Paulo
(governos Laudo Natel e Paulo Egydio Martins).
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