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EDUCAÇÃO
Valor anual médio por aluno passa de R$ 803 para R$ 945 neste ano, segundo estudo; motivo é aumento de arrecadação
Investimento do Fundef cresce 17,7% em SP
ANTÔNIO GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O valor anual médio por aluno
do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do
Magistério) será recorde neste
ano no Estado de São Paulo. Ele
passará de R$ 803 para R$ 945 de
2000 para 2001, um aumento de
17,7%, segundo estudo feito pela
assessoria técnica do deputado
estadual César Callegari (PSB).
Esse aumento dos recursos para
o ensino fundamental acontecerá
por dois motivos: a receita do Estado e dos municípios aumentou
16% desde o ano passado, enquanto o número de alunos matriculados na rede pública estadual e nas municipais teve ligeira
queda (1,4%) no mesmo período.
Ou seja, haverá um volume maior
de recursos em 2001 para um número menor de alunos.
O fundo foi implementado em
1998 com o objetivo de desenvolver o ensino fundamental (7 a 14
anos) e valorizar o professor.
Mensalmente, 15% do total arrecadado com cinco fontes (Fundo
de Participação dos Municípios,
Fundo de Participação dos Estados, ICMS, IPI e Ressarcimento
pela Desoneração das Exportações) é repassado para um fundo
único -por Estado. Os recursos
são então divididos com base no
número de alunos.
O valor do Fundef no Estado de
São Paulo será diferente para os
dois ciclos do ensino fundamental, segundo o estudo de Callegari.
No de 1ª à 4ª série, o repasse por
aluno será de R$ 921,20; no de 5ª à
8ª, será de R$ 967,27.
As estimativas da Secretaria de
Estado da Educação indicam números bem próximos do estudo:
R$ 925,56 por aluno de 1ª à 4ª e R$
971,84 para o outro grupo.
Esses valores podem sofrer alterações. O cálculo da arrecadação
foi feito com base no orçamento
de 2001 do Estado, que prevê esse
aumento. "Esse valor só não se
confirmará caso aconteça uma
crise econômica grave, por exemplo", explica o secretário-adjunto
da Secretaria de Estado da Educação, Hubert Alquéres.
Segundo a Secretaria de Estado
da Fazenda, os fatores que mais
contribuíram para o aumento da
arrecadação foram a reativação
da economia, mudanças no regime de fiscalização e uma verificação especializada em setores que
menos pagavam impostos.
Desde 1998, quando o fundo foi
criado, o gasto por aluno em São
Paulo não pára de crescer: era de
R$ 710 em 1998 e chegou a R$ 945
neste ano, um aumento de 33%
em quatro anos.
A notícia, apesar de boa, não é
comemorada por todos os municípios. Em alguns deles, como
Guarulhos (região metropolitana
de São Paulo), o estudo indica que
a prefeitura perderá R$ 44 milhões neste ano no repasse dos recursos do Fundef.
Isso acontece porque todos os
municípios enviam para o fundo
15% da arrecadação com os cinco
impostos. Na hora de dividir os
recursos, o MEC usa como critério o número de alunos. Como
Guarulhos tem apenas 3.482 matriculados na rede municipal, o
valor a receber será de R$ 3,2 milhões, apesar de o município repassar ao fundo R$ 47,7 milhões,
segundo o estudo do deputado.
No Estado, o município que
mais ganhará recursos será São
Paulo, que receberá cerca de R$
190 milhões a mais do que repassará. Nas contas da Secretaria
Municipal da Educação, o ganho
poderá ser ainda maior, caso a arrecadação estadual cresça.
Insuficiente
"Apesar do aumento, esse valor
ainda é insuficiente para compor
o custo anual do aluno na maioria
dos municípios. Mas, no caso de
municípios que estão com dificuldades financeiras, como São Paulo, é uma ajuda significativa", afirma o deputado César Callegari.
Em São Paulo, a estimativa da
secretaria (ainda será feito um estudo sobre o tema) é de que o gasto por aluno seja quase o dobro
dos R$ 945 que serão repassados.
O aumento nos recursos do
Fundef indica também que os
gastos em ensino tendem a aumentar neste ano, caso as prefeituras cumpram a lei e invistam na
área os recursos do fundo e mais
os 25% ou 30% (dependendo de
cada cidade) do valor dos impostos arrecadados.
"O Fundef não é o único recurso
que é distribuído de acordo com o
número de alunos no ensino fundamental. O Salário-Educação segue a mesma lógica e deve repassar cerca de R$ 100 por aluno aos
municípios e Estados", afirma Callegari.
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