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ADMINISTRAÇÃO
Prefeita encontra pesos pesados da economia e discute cessão de recursos para projetos de apoio à infância
Marta reúne empresários e pede doação
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), reuniu-se ontem
com empresários para pedir a
doação de 1% do Imposto de Renda das empresas para o Fumcad
(Fundo Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente).
O encontro serviu, também, para a criação de um grupo informal
de trabalho, integrado por empresários, que terá como função discutir, mensalmente, problemas e
apontar soluções para a cidade.
O ex-prefeito Celso Pitta (PTN)
também criou uma equipe semelhante, chamado GAP (Grupo de
Apoio ao Prefeito).
Do encontro de ontem participaram 12 empresários. Outros
quatro, cujos nomes não foram
revelados e que não compareceram por motivos de doença ou
viagem, também integrarão o
grupo, segundo a prefeitura.
Marta disse que expôs a seus
convidados alguns pontos nos
quais a cidade tem encontrado dificuldades, como o número insuficiente de creches para atender a
demanda. "Eles se prontificaram
a doar 1% do Imposto de Renda, e
isso irá nos ajudar a dar conta de
uma parcela das 200 mil vagas
que faltam", afirmou.
A prefeita disse que a "colaboração dos empresários foi muito
grande, assim como tem sido a da
classe média e da periferia". De
acordo com Marta, "todos (os
empresários) vão fazer o maior
esforço" para canalizar recursos
para o Fumcad. "Não é alguma
coisa que vai tirar a mais, mas 1%
do IR que a empresa já paga."
A lei municipal que criou o
Fumcad é baseada no Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) e
possibilita à pessoa jurídica doar
1% do que pagaria de IR ao fundo.
Os recursos devem ser utilizados
em benefício das crianças.
Na saída, apenas Antonio Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, confirmou que atenderá o
pedido da prefeita. "Já vim para cá
(para a reunião) com um estudo
sobre o assunto", disse Antonio
Ermírio. Na opinião do empresário, "em vez de pagar ao governo
federal, paga-se ao município,
que é onde vivemos".
Paulo Cunha, do grupo Ultra,
autor da proposta de reuniões
mensais, considerou que o encontro de ontem ainda não provocou
nenhuma ação concreta.
A mesma avaliação foi expressa
por Lázaro Brandão, presidente
do Conselho de Administração
do Bradesco. "O encontro foi para
ver de que forma se pode colaborar para equacionar os problemas
da cidade, mas a reunião foi muito preliminar." Mesmo assim,
disse que "o Bradesco pode colaborar na área de informática ou
em qualquer outra".
Também participaram do almoço José Mindlin (ex-Metal Leve), Roberto Civita (Abril), Luiz
Fernando Furlan (Sadia), Cláudio
Bardella (grupo Bardella), Vânia
Ferro (3COM), Guilherme Leal
(Natura), Horácio Lafer (presidente da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo, Fiesp),
Ricardo Semler (Semco) e Eugênio Staub (Gradiente).
A prefeita afirmou que os empresários se comprometeram a
falar com seus sócios, e Piva, segundo Marta, vai pedir, via Fiesp,
que outros colaborem. "Isso vai
nos possibilitar fazer, pelo menos,
os planos e começar a construção
das creches."
A presença de 12 dos maiores
empresários do país na prefeitura
alterou a rotina do Palácio das Indústrias. Os guardas da Guarda
Civil vestiam uniforme de gala,
com luvas brancas. Alguns empresários chegaram com aparato
de vigilância. Lázaro Brandão e
Horácio Lafer foram no mesmo
helicóptero. Vânia Ferro foi mais
discreta, preferiu um táxi.
O almoço foi servido pelo serviço do restaurante do Hotel Emiliano, que será inaugurado na rua
Oscar Freire. No cardápio, palmito ralado, patê de "foie gras", codorna recheada com frutas secas,
purê de mandioquinha com molho de jabuticaba e, de sobremesa,
sopa de frutas e sorvetes de frutas
vermelhas com sorvete de creme.
Segundo a assessoria de Marta,
o almoço foi doado pelo hotel à
prefeitura.
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