São Paulo, segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

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Desfile no Rio

Magia faz Tijuca sair sob gritos de campeã

Integrantes da comissão de frente da escola trocavam de roupa em meio a truques de ilusionismo; escola foi a terceira a desfilar na Sapucaí

Antes, mesmo com desfile pouco luxuoso, União da Ilha entusiasmou mais do que a Imperatriz Leopoldinense, segunda a entrar na avenida

Joel Silva/Rafael Andrade/Folha Imagem
Mágica na comissão de frente da Unidos da Tijuca, do carnavalesco Paulo Barros: recursos de imagem escondiam integrantes, que, poucos segundos depois, reapareciam com uma fantasia diferente

DA SUCURSAL DO RIO

O carnavalesco Paulo Barros ganhou fama pela capacidade de encantar com truques em suas alegorias. Ao adotar o enredo "É segredo!", sobre ilusionismo, mágicas e mistérios, encontrou a matéria-prima certa.
A Unidos da Tijuca, terceira escola a entrar na Sapucaí na primeira noite do Rio, acabou sua apresentação ouvindo os gritos de "É campeã!" e se credenciando a disputar o título.
A alegoria em que Homens-Aranhas escalavam uma rampa pela qual desciam Batmans em esquis foi um dos destaques. As trocas de roupa da comissão de frente, outro. Barros também criou situações fora dos carros, como uma lagarta que se arrastava pela avenida.
Antes da Tijuca, o público se empolgou mais com os sonhos do que com as religiões. Mesmo com um desfile pouco luxuoso, a União da Ilha, como o enredo "Dom Quixote, o Cavaleiro dos Sonhos Impossíveis", entusiasmou mais do que a Imperatriz Leopoldinense -que fez um desfile com fantasias e carros bem acabados e ricos, mas frio.
Para contar a saga de Quixote, personagem do espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616), a carnavalesca Rosa Magalhães, estreante na escola, usou elementos da cultura espanhola. Na comissão de frente, bailarinos simulavam uma tourada e jogavam rosas vermelhas. Não faltaram cavalos, cavaleiros, castelos e moinhos de vento.
"O mais difícil foi sintetizar toda essa história linda, apertá-la em sete carros alegóricos. Acho que consegui", disse Rosa.
Já a Imperatriz teve problemas no abre-alas, que emperrou vários vezes e fez a escola abrir espaços. No final, componentes correram.
Com muito luxo, a escola retratou as religiões do país no enredo "Brasil de Todos os Deuses". Alegorias ilustravam a Primeira Missa, mesquitas, rituais indígenas e africanos.
Ainda desfilariam Viradouro, Salgueiro e Beija-Flor.


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