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Desfile no Rio
Magia faz Tijuca sair sob gritos de campeã
Integrantes da comissão de frente da escola trocavam de roupa em meio a truques de ilusionismo; escola foi a terceira a desfilar na Sapucaí
Antes, mesmo com desfile pouco luxuoso, União da Ilha entusiasmou mais do que a Imperatriz Leopoldinense, segunda a entrar na avenida
Joel Silva/Rafael Andrade/Folha Imagem
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Mágica na comissão de frente da Unidos da Tijuca, do carnavalesco Paulo Barros: recursos de imagem escondiam integrantes, que, poucos segundos depois, reapareciam com uma fantasia diferente
DA SUCURSAL DO RIO
O carnavalesco Paulo Barros
ganhou fama pela capacidade
de encantar com truques em
suas alegorias. Ao adotar o enredo "É segredo!", sobre ilusionismo, mágicas e mistérios, encontrou a matéria-prima certa.
A Unidos da Tijuca, terceira
escola a entrar na Sapucaí na
primeira noite do Rio, acabou
sua apresentação ouvindo os
gritos de "É campeã!" e se credenciando a disputar o título.
A alegoria em que Homens-Aranhas escalavam uma rampa
pela qual desciam Batmans em
esquis foi um dos destaques. As
trocas de roupa da comissão de
frente, outro. Barros também
criou situações fora dos carros,
como uma lagarta que se arrastava pela avenida.
Antes da Tijuca, o público se
empolgou mais com os sonhos
do que com as religiões. Mesmo
com um desfile pouco luxuoso,
a União da Ilha, como o enredo
"Dom Quixote, o Cavaleiro dos
Sonhos Impossíveis", entusiasmou mais do que a Imperatriz
Leopoldinense -que fez um
desfile com fantasias e carros
bem acabados e ricos, mas frio.
Para contar a saga de Quixote,
personagem do espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616), a
carnavalesca Rosa Magalhães,
estreante na escola, usou elementos da cultura espanhola.
Na comissão de frente, bailarinos simulavam uma tourada e
jogavam rosas vermelhas. Não
faltaram cavalos, cavaleiros,
castelos e moinhos de vento.
"O mais difícil foi sintetizar
toda essa história linda, apertá-la em sete carros alegóricos.
Acho que consegui", disse Rosa.
Já a Imperatriz teve problemas no abre-alas, que emperrou vários vezes e fez a escola
abrir espaços. No final, componentes correram.
Com muito luxo, a escola retratou as religiões do país no
enredo "Brasil de Todos os Deuses". Alegorias ilustravam a Primeira Missa, mesquitas, rituais
indígenas e africanos.
Ainda desfilariam Viradouro,
Salgueiro e Beija-Flor.
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