São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2011 |
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VASILIKI PURCHIO (1923-2011) Neusa Maria, a "rainha do jingle" ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO Houve uma fase na vida de Vasiliki Purchio em que seu nome, de pronúncia incomum, poderia atrapalhá-la. Foi quando ela virou cantora. Nos anos 40, a paulistana inscreveu-se num concurso da rádio Record e acabou aprovada. Naquela década e na seguinte, ela ficaria famosa por se apresentar ao vivo em rádios paulistanas e cariocas, cantando sambas-canções, boleros e jingles. Não podia, porém, ser apresentada como Vasiliki. Sugeriu-se, então, Neusa Maria como nome artístico. Assim ficou até o fim da vida. No meio dos anos 40, ela se mudou para o Rio e foi contratada pela Rádio Nacional. Registrou sua voz suave em oito LPs e em mais de 40 discos de 78 rotações. Era chamada de a "rainha do jingle" e a "voz doçura do Brasil". No meio dos anos 50, chegou a ser apontada como a melhor cantora do rádio. Na década seguinte, por "questões emocionais", segundo a família, ela começou a achar que não tinha mais voz e encerrou a carreira. Abriu uma confecção de moda praia, que durou até os anos 80. Depois, para passar o tempo, ficava à máquina de costura fazendo roupas, que doava a crianças carentes. Falava pouco sobre os tempos de cantora e perdera as próprias gravações depois de um vazamento de água em casa. O pesquisador musical Rodrigo Faour copiou os discos para ela em CD. Apesar do desapego com o passado, continuava fã de música (e de Roberto Carlos). Anteontem, Neusa morreu aos 87, após uma parada cardiorrespiratória. Teve duas filhas, três netos e bisneto. O enterro foi ontem, no Rio. coluna.obituario@uol.com.br Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Foco: Estudantes levam trote em meio a chuva, lama e sabão Índice | Comunicar Erros |
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