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São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 1998
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Próximo Texto | Índice SALVADOR No mundo dos trios, ninguém quer ser princesa Bahia põe 3 gerações de rebolado nas ruas
CHRISTIANNE GONZÁLEZ da Agência Folha, em Salvador No Carnaval da Bahia, ninguém quer ficar para princesa. E na disputa para ser rainha, vale quase tudo: usar a bunda e o rebolado, "empatia natural" e hits supertocados, músicas cantadas em japonês e roupas de estilista modernoso, e, enfim, sonoros agudos e mais de 30 anos de carreira. As concorrentes são, respectivamente, Carla "tchan" Perez, Ivete "Banda Eva" Sangalo, Daniela Mercury e Gal Costa. Com estilos diferentes, cada candidata a musa vai lançar mão das armas que as levaram ao estrelato para arrastar o maior número de foliões ao longo dos 22 quilômetros e cinco dias oficiais de festa. "Vai ser uma briga de grandes estrelas, cada uma com luz própria e público cativo", aposta o radialista Josenel Barreto, que comanda o programa musical de maior audiência da rádio Itapoan FM, uma das líderes de Salvador. Na disputa pela atenção do público e da mídia, Ivete Sangalo e Carla Perez levam vantagem com o sucesso dos novos discos da Banda Eva e do grupo É O Tchan. Além dos requebros, elas contam com a projeção de estar nos primeiros lugares das paradas locais. "Não se pode deixar de reconhecer que são as estrelas Carla Perez e Ivete Sangalo que puxam o sucesso das bandas", diz Barreto. Carla Perez mantém seu padrão e não esconde o jogo. "A minha maior arma para atrair o público continua sendo o rebolado, a bunda. O É o Tchan imprime o ritmo e eu danço. O resultado disso é um show alegre e sensual que o folião gosta de ver", diz Carla. Para Ivete Sangalo, o principal atrativo da Banda Eva é a empatia natural que tem com o público. "Os foliões gostam da espontaneidade da banda. A empatia com o público é o nosso principal atrativo, além de cuidados especiais com a estética e com a qualidade da música", diz Ivete. Receita pronta Daniela Mercury aposta em uma parte inusitada do corpo para conquistar atenção -a barriga. Ela comanda o camarote Barra Avenida, uma boca-livre que está sendo disputada a tapas em Salvador. Também promete cantar em japonês um reggae com nome de comida oriental ( "Sukiyaki"), que ainda por cima integra o disco "Feijão com Arroz", produzido para o mercado internacional. Aliada à atração gastronômica, a cantora pretende despertar outros sentidos, envergando figurino assinado pelo estilista modernoso Alexandre Herchcovitch. Para o radialista Barreto, as chances de sucesso de Daniela este ano são limitadas. "Ela passa muito tempo fora do Estado". "O mercado fonográfico baiano pede velocidade, e Daniela só lança um disco a cada dois anos. Ela tem prestígio, mas está devendo sucesso", diz o programador da Piatã FM, Ancelmo Costa. A cantora nega que tenha se afastado da Bahia e diz que o lançamento de um disco a cada dois anos é uma opção pela qualidade. "É do calor dos foliões e do público nas ruas que eu tiro energia para mostrar o meu trabalho em outros Estados e no exterior." Correndo por fora, longe dos rebolados, Gal Costa se prepara para subir pela primeira vez em um trio no próximo domingo, dia 22. "Ouvir Gal pelos auto-falantes do trio elétrico é uma oportunidade única para os foliões. Os tropicalistas agradam não só à intelectualidade como também ao povão", diz o publicitário Fernando Barros. Próximo Texto | Índice |
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