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ADMINISTRAÇÃO
Mudanças aprovadas pela Câmara elevam imposto de profissionais liberais de R$ 202,54 para R$ 600
Novo ISS triplica receita com autônomo
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A arrecadação da Prefeitura de
São Paulo com o ISS (Imposto sobre Serviços) que será recolhido
por profissionais autônomos pode mais que triplicar neste ano,
em relação a 2002.
O ganho poderá ocorrer principalmente por conta de ajustes que
elevaram de 107,3% a 492,5% o
valor do imposto para categorias
como as de médicos, advogados e
economistas.
A correção foi aprovada pela
Câmara Municipal no final do
ano passado. Indignado com o
aumento do imposto, um grupo
de contribuintes resolveu declarar uma guerra jurídica contra a
gestão Marta Suplicy (PT).
Em 2002, os autônomos contribuíram com apenas 0,9% do ISS
arrecadado na cidade -cerca de
R$ 17 milhões de um total de R$
1,93 bilhão.
Neste ano, a previsão é que a
contribuição do setor aumente
para cerca de R$ 60 milhões (2,8%
do total de R$ 2,13 bilhões), segundo a própria prefeitura.
Além do aumento, outra mudança contestada por entidades
como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e Sindhosp (sindicato dos hospitais) é o fato de o
município ter passado a cobrar
valores diferentes de ISS para pessoas físicas da mesma profissão.
Profissionais liberais autônomos, como advogados e médicos,
e empresas como escritórios de
advocacia ou laboratórios pagam
um valor fixo de imposto.
Com a mudança aprovada pela
Câmara, o ISS anual de autônomos passou de R$ 202,54, em
2002, para R$ 600, neste ano. Para
as sociedades, o aumento é maior:
de R$ 202,54 para R$ 1.200 para
cada profissional da empresa.
Ontem, laboratórios e clínicas
conseguiram a primeira liminar
contra as novas regras. A decisão
beneficia as chamadas sociedades
de profissionais, também atingidas pela mudança.
Pelos dados da administração,
há cerca de 800 mil pessoas físicas,
como advogados, no cadastro de
ISS da prefeitura. No caso de sociedades, há cerca de 10 mil contribuintes cadastrados -incluídos os que pagam, os isentos e os
contribuintes inativos.
Não há, portanto, números exatos sobre quantos contribuintes
em cada grupo recolherão os valores de R$ 600 e R$ 1.200, por
exemplo. No total, há cerca de 2
milhões de contribuintes de ISS
na cidade, segundo a Secretaria
das Finanças.
Prefeitura
O ajuste que provocou aumento
de até 492,5% no ISS foi feito por
conta do valor defasado que era
cobrado dos profissionais autônomos e das sociedade de profissionais, segundo a diretora de
Rendas Mobiliárias da Secretaria
das Finanças, Marina Aún.
"Nós fizemos uma pesquisa na
maioria das capitais do país, e São
Paulo é uma das que cobravam
menos", disse ela.
Para atenuar o impacto no bolso do contribuinte, a prefeitura
decidiu ampliar de cinco para dez
o número de parcelas em que o
imposto pode ser pago.
"Se você comparar R$ 200 e R$
600, é um aumento enorme. Mas,
se você olhar só os R$ 600, para
um profissional liberal de nível
superior significa R$ 50 por mês
[em um ano". Não acho que seja
uma quantia exorbitante."
No estudo que a prefeitura fez,
segundo a diretora, também há
justificativa para o fato de a lei
prever valores diferentes de imposto para um advogado autônomo (R$ 600) e outro que trabalha
em um escritório (R$ 1.200). "Em
uma sociedade, a chance de crescer e de arrumar clientes é maior",
disse a diretora.
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